A indicação dada pelo presidente Jair Bolsonaro que, depois de indicar um novo presidente para a Petrobras, vai “mexer no setor elétrico”, foi recebida com receio pelo mercado. Para o Itaú BBA, porém, não há muito espaço para mudanças significativas no setor, como foi a Medida Provisória (MP) 579, em 2012.
Na sexta-feira, o presidente indicou o general Joaquim Silva e Luna como novo presidente da Petrobras, substituindo Roberto Castello Branco, que tem mandato até 20 de março.
A indicação foi vista como interferência na estatal. Um dia antes, em 18 de fevereiro, Bolsonaro criticou em sua live semanal o último reajuste de preços de combustíveis realizado pela Petrobras e disse que, embora não possa interferir na empresa, “alguma coisa” iria acontecer na estatal nos próximos dias.
Segundo os analistas do Itaú BBA, Bolsonaro pode estar considerando mudanças no comando da Eletrobras. O atual presidente, Wilson Ferreira Junior, informou sua renúncia em 24 de janeiro, mas permanecerá na empresa até a divulgação dos resultados de 2020, em março.
O relatório do Itaú BBA, assinado pelos analistas Marcelo Sá, Fernando Zorzi e Luiza Candiota, destaca que o conselho da Eletrobras contratou uma empresa de recrutamento para achar o novo CEO da empresa.
“Mas acreditamos que o anúncio pode decepcionar investidores. Em nossa visão, será difícil encontrar um CEO respeitado e com experiência no setor para esta posição, dada a chance pequena de privatização e a compensação pouco atrativa”, escreveram.