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Justiça proíbe greve de funcionários da Eletronuclear

Angra 2/ Crédito: Tomaz Silva (Agência Brasil)
Angra 2/ Crédito: Tomaz Silva (Agência Brasil)

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) atendeu um pleito da Eletronuclear e suspendeu a greve dos funcionários da companhia, declarada após falta de consenso sobre o Acordo Coletivo de Trabalho 2024-2026.

Os funcionários de Angra dos Reis, onde ficam as usinas Angra 1 e 2, cruzaram os braços desde ontem, 1º de agosto, e na próxima segunda-feira, dia 5, estava prevista a adesão da sede da empresa, no Rio de Janeiro.

A decisão do TRT, contudo, suspendeu os movimentos grevistas e determinou que será mantido o Acordo Coletivo de Trabalho Vigente até 16 de agosto, prazo limite para que haja consenso entre os sindicatos e a companhia estatal.

Em nota, a Eletronuclear disse que manteve, durante todas as rodadas de negociações, o diálogo aberto para chegar ao consenso do acordo coletivo, e reiterou que cumpre “rigorosamente a legislação trabalhista e todos os acordos vigentes”.

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A proposta, segundo a Eletronuclear, previa a reposição integral da inflação nos salários pelo IPCA durante os próximos dois anos, com aplicação do índice também sobre os demais benefícios, que incluem plano de saúde; plano odontológico; auxílio creche de mais de R$1.000,00/mês; auxílio babá de mais de R$1.000,00/mês; auxílio escola/educação de mais de R$ 700,00/mês; auxílio alimentação de mais de R$1.400,00/mês; auxílio alimentação extra (natal) de mais de R$1.400,00 (dezembro); auxílio óculos de R$ 719,18; auxílio PCD e autista de até R$7.998,00, entre outros.

Jogo de narrativas

Em carta publicada nas redes sociais, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica nos Municípios de Parati e Angra dos Reis (Stiepar) afirmou que as negociações criaram “um jogo de narrativas” para colocar a opinião pública contra os trabalhadores da empresa, desconsiderando a história da empresa que por muitos anos precisou acessar a Justiça para combater “a força econômica” da Eletronuclear.

“Atualmente, o presidente da Eletronuclear que não tem formação e nenhum conhecimento da área nuclear, por ser procurador federal, acredita que pode desconsiderar esse passado”, diz a carta.

Entre as reclamações do sindicato, estão a alteração de uma instrução normativa que dificulta o acesso a tratamento para pessoas com necessidades especiais e a cobrança de uma taxa de condomínio para os usuários das casas funcionais. Além disso, alegam que alguns dos benefícios anulam o direito a outros, como o auxílio creche.