A Karpowership Brasil Energia (KPS) estuda comprar os ativos que compõem a termelétrica Santana, de titularidade da Eletronorte, subsidiária da Eletrobras.
Localizada na cidade de Santana, no estado do Amapá, a térmica a óleo diesel está desativa e, segundo os autos do processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), caso seja recuperada para retomada de sua condição operacional, a usina terá 116 MW de capacidade instalada.
Duas unidades geradoras do projeto, somando 36 MW, foram liberados para operação em 2020, em caráter excepcional, para suprir falta de energia elétrica temporária no Amapá. Depois do atendimento, o ativo foi desativado.
Justificativa da compra
A aquisição foi aprovada pelo Cade nesta quinta-feira, 13 de fevereiro. Ao órgão antitruste, a turca KPS disse que a aquisição a ajudará a expandir sua atuação no setor elétrico brasileiro, por meio de compra de ativos que podem, futuramente, após sua devida recuperação, agregar capacidade instalada e propiciar novos investimentos do grupo no Brasil.
O grupo Eletrobras destacou, por sua vez, que a venda está alinhada com o seu planejamento de mitigar riscos operacionais e financeiros, avançar na otimização de seu portfólio, na alocação de capital e na aceleração do atingimento de suas metas de redução de emissões.
As empresas não informaram o valor previsto na operação e se ela depende da aprovação de outros órgãos reguladores.
Planos da KPS
A KPS Brasil atua no setor elétrico brasileiro desde 2021 via implantação e operação de quatro powerships (usinas flutuantes) e uma Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseificação (FSRU, na sigla em inglês), totalizando uma capacidade instalada de 568,8 MW. As usinas estão localizadas na Baía de Sepetiba, na cidade de Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro.
Em entrevista à MegaWhat no ano passado, a empresa destacou que avalia uma participação no leilão de reserva de capacidade e que “monitora todas as oportunidades, inclusive para usinas em terra”.
A companhia também possui em construção um projeto solar na modalidade geração distribuída, localizado em Itaguaí, no Rio de Janeiro, cuja potência instalada é de 2,1 MW. O projeto faz parte do plano da KPS de atingir até 100 MW no futuro, com foco em reduzir suas emissões de carbono em cerca de 30% até 2030.