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Lucro da Eletrobras recua 52% no 4º trimestre, para R$ 610 milhões

Prédio Eletrobrás
Prédio Eletrobrás

A Eletrobras teve lucro líquido de R$ 610 milhões no quarto trimestre do ano passado, retração de 52% em comparação com o lucro de R$ 1,2 bilhão registrado nos últimos três meses de 2020. O resultado reflete, entre outros motivos, uma provisão contra créditos de liquidação duvidosa de R$ 1 bilhão referente a créditos a receber pela holding e pela Eletronorte da Amazonas Energia, e uma provisão de R$ 706 milhões relativa à um passivo a descoberto na Santo Antonio Energia, na qual tem participação por meio de Furnas. Além disso, houve uma perda de R$ 697 milhões em participações societárias também em Santo Antonio, impactando a receita da companhia.

A receita operacional líquida cresceu 27% no trimestre, para R$ 11,5 bilhões, devido à melhor performance dos contratos bilaterais de venda de energia e ao aumento da receita da energia liquidada no mercado de curto prazo. Já a receita operacional líquida recorrente subiu 22%, para R$ 11,25 bilhões. Já o volume de energia vendida no trimestre, em comparação, caiu 11%, a 32,5 GWh.

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 2,4 bilhões no trimestre, ante um resultado negativo de R$ 299 milhões no último trimestre do ano anterior. O Ebitda recorrente, por sua vez, subiu 4%, a R$ 4,77 bilhões.

Ao fim do trimestre, a dívida líquida recorrente da Eletrobras era da ordem de R$ 20,1 bilhões, queda de 1%, e a comparação entre dívida líquida e Ebitda recorrente caiu de 1,5 vez para 1,1 vez.

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O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 935 milhões no trimestre, contra um resultado positivo de R$ 425 milhões no último trimestre de 2022, refletindo, principalmente, o aumento das despesas financeiras por conta dos encargos das dívidas, devido ao aumento dos juros, e a redução das receitas financeiras por perdas com variações cambiais líquidas e também por atualizações monetárias líquidas.

Em 2021, a Eletrobras teve lucro líquido de R$ 5,7 bilhões, queda de 11% na comparação anual, devido ao aumento de provisões operacionais da ordem de R$ 7,5 bilhões, com destaque para o aumento de R$ 10,8 bilhões do empréstimo compulsório. Na outra ponta, a companhia teve impacto positivo de R$ 4,2 bilhões devido à repactuação do risco hidrológico, que possibilitou o aumento dos prazos de concessão de diversas hidrelétricas do grupo, e da contabilização do resultado do reperfilamento do componente financeiro da RBSE (as indenizações para os ativos de transmissão anteriores a maio de 2000 que tiveram as concessões renovadas nos termos da Lei 12.783 de 2013), no montante de R$ 4,8 bilhões.

A receita operacional líquida no ano passado cresceu 29%, a R$ 37,6 bilhões, e o Ebitda somou R$ 15,1 bilhões, aumento de 44%.