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Lucro da Enel mais que dobra entre janeiro e setembro, a 4,2 bi de euros

A italiana Enel, que é dona de distribuidoras de energia brasileiras em São Paulo, Ceará e Rio, teve lucro líquido de 4,253 bilhões de euros entre janeiro e setembro deste ano, crescimento de 141,9% na comparação anual. Os resultados foram divulgados nesta terça-feira, 7 de novembro.

Lucro da Enel mais que dobra entre janeiro e setembro, a 4,2 bi de euros

A italiana Enel, que é dona de distribuidoras de energia brasileiras em São Paulo, Ceará e Rio, teve lucro líquido de 4,253 bilhões de euros entre janeiro e setembro deste ano, crescimento de 141,9% na comparação anual. Os resultados foram divulgados nesta terça-feira, 7 de novembro.

No período, a receita foi de 69,534 milhões de euros, montante 34,1% menor do que em 2022 diante do menor volume de energia gerado e aos menores preços da energia. Segundo a Enel, também contribuiu para a queda comparativa a venda da Enel Goiás (Celg Distribuição SA), ocorrida em 2022 para a Equatorial Energia.

O Ebitda (sigla em inglês para resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou 16,386 milhões de euros, o que corresponde a aumento de 29,3% em relação ao período anterior. A empresa atribui entre os fatores que contribuíram para o aumento ajustes tarifários ocorridos na Itália e na América Latina e o recebimento de uma compensação de 99 milhões de euros pela transmissora Enel Cien no Brasil.

A maior receita foi observada nos negócios de geração térmica e trading, que somou 28,779 milhões de euros entre janeiro e setembro. Entretanto, esta também foi a unidade de negócio que teve maior queda em relação a 2022, com redução de 49,9% no faturamento. O segmento Enel Green Power ficou em segundo lugar entre as maiores receitas, com 7,996 euros acumulados no período, o que representa acréscimo de 22,9% em relação a 2022.

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A divisão Enel Green Power também está entre as divisões que mais receberam investimentos (Capex), com total de 3,724 milhões de euros em 2023. Mesmo assim, o montante representa redução de 6,3% em relação aos volumes investidos em 2022. A geração solar e eólica no Brasil foi um dos negócios que mais receberam investimentos, junto a geração solar e eólica na Itália, Espanha, Chile, Colômbia e Estados Unidos.

A divisão Enel Grids recebeu o mesmo montante de 3,724 milhões em investimentos neste ano, o que corresponde a redução de 3,7% em relação a 2022. Os países que mais receberam investimentos foram Itália, Espanha, Brasil e Colômbia.

A Enel registrou queda na venda de energia de 5,6% em relação a 2022, atingindo montante de 288,8 mil TWh entre janeiro e setembro de 2023. O Brasil responde pela redução de 5,6 TWh vendidos.

Enel SP: Menor lucro no trimestre

Na semana que antecedeu o feriado em que houve a tempestade, a Enel São Paulo publicou seus resultados do terceiro trimestre do ano, quando seu lucro líquido somou R$ 208,3 milhões, total 24,9% menor do que o registrado no terceiro trimestre de 2022, retração que, segundo a companhia, refletiu a piora do seu resultado financeiro.

No terceiro trimestre de 2023, a Enel Distribuição São Paulo investiu R$ 132,9 milhões de reais em manutenção, montante 37,5% menor do que no mesmo período do ano passado. Considerando também investimentos em crescimento, novas conexões e valores custeados pelos consumidores o Capex da empresa no período foi de R$ 372 milhões, valor 22,3% menor do que em 2022.

“A redução observada está relacionada ao processo de revisão tarifária ocorrido em julho de 2023, onde o nível de investimento atinge patamares mais elevados no ano que antecede a revisão, aumentando a base de comparação no período seguinte”, diz o relatório de resultados da companhia.

No período de julho a setembro de 2023, a Enel Distribuição São Paulo registrou receita líquida de R$ 4,8 bilhões, montante levemente inferior ao mesmo período de 2022 (-0,2%). Houve aumento de 1,9% nas despesas não-gerenciáveis, sendo o maior aumento registrado em encargos do serviço dos sistemas de transmissão e distribuição. As despesas gerenciáveis aumentaram 0,6%. O Ebitda foi de R$ 923,6 milhões, montante 3,7% menor do que em 2022.

No período, houve crescimento de 17,6% nos clientes livres da empresa, que somavam 3,7 mil ao final de setembro. Mesmo com a migração de para o ambiente de contratação livre, o mercado cativo teve leve aumento de 1,1% no total de unidades consumidoras, totalizando 7,8 milhões de clientes.

O volume de energia em venda e transporte foi de 10,3 mil GWh, o que representa crescimento de 2,5% em relação ao ano passado. O índice de arrecadação e as perdas de energia se mantiveram em linha com o período anterior (redução de 0,4% e 0,3%, respectivamente). Na classe residencial, houve aumento de 2,7% no consumo, em decorrência de um crescimento orgânico e também das temperaturas mais altas registradas no período.

Índices de qualidade melhoraram “em decorrência da menor ocorrência de impactos climáticos”

O balanço de resultados da Enel Distribuição São Paulo também traz os indicadores de duração equivalente de interrupção por unidade consumidora (DEC) e de frequência equivalente de interrupção por unidade consumidora (FEC). Estes indicadores medem a qualidade do fornecimento de energia do sistema de distribuição da Companhia.

No terceiro trimestre, os indicadores DEC e FEC apresentaram uma queda de 3,5% e 3,8% respectivamente em relação ao mesmo período em 2022. Segundo a Enel, a melhoria se deu “em decorrência da menor ocorrência impactos climáticos quando comparado ao mesmo período do ano anterior, fortalecendo a melhoria dos indicadores”.

A companhia também destaca a “melhoria contínua da automação da rede de distribuição e foco na otimização operacional de redução dos atendimentos improdutivos” como fatores importantes para os resultados do trimestre.