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Lucro da Engie recua 92,4% no 4º trimestre, para R$ 78 milhões, após baixa contábil de ativos à venda

Lucro da Engie recua 92,4% no 4º trimestre, para R$ 78 milhões, após baixa contábil de ativos à venda

A Engie Brasil Energia teve lucro líquido de R$ 78 milhões no quarto trimestre do ano passado, retração de 92,4% em comparação com o lucro de R$ 1,03 bilhão registrado nos últimos três meses de 2020.

O resultado refletiu, entre outros fatores, o reconhecimento de uma baixa contábil por reavaliação do valor do ativo (impairment) da ordem de R$ 964 milhões, devido à intenção de venda da termelétrica a carvão Pampa Sul e da EGSD, braço voltado para geração distribuída.

Isso acontece quando os ativos registrados em seu balanço são avaliados no mercado por um valor inferior, o que faz com que os auditores – firmas independentes contratadas para verificar as demonstrações financeiras – orientem pela realização de uma baixa contábil. Não há efeito no caixa, com a saída de recursos, mas sim na contabilização.

Por isso, a companhia também divulga o lucro ajustado, que exclui esses eventos considerados não recorrentes. O lucro ajustado da Engie no trimestre caiu 26,2%, a R$ 808 milhões.

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A receita operacional líquida da companhia recuou 26,5%, a R$ 2,7 bilhões. O preço médio de venda de energia caiu 2,6% no período, a R$ 185,96/MWh, devido à valoração dos ressarcimentos previstos nos contratos das usinas eólicas no mercado regulado, mensurados com base no PLD médio.

A produção bruta de energia da companhia caiu 15,1% no trimestre, para 3,9 GW médios, e a energia vendida recuou 3,1%, a 4,3 GW médios, devido à menor disponibilidade de energia devido ao cenário hídrico, pelos menores volumes de compras e por conta de paradas programadas da termelétrica Pampa Sul. 

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu 52,6%, a R$ 1 bilhão, e o Ebitda ajustado, que desconsidera os efeitos da baixa por impairment e outros efeitos não recorrentes, caiu 5,8%, a R$ 2,2 bilhões.

O resultado financeiro da Engie no trimestre foi negativo em R$ 821 milhões, acima do resultado negativo de R$ 723 milhões registrado um ano antes, devido ao cenário de juros mais altos e atualização monetária dos valores.

Em 2021, a Engie teve lucro líquido de R$ 1,5 bilhão, queda de 44% na comparação com o lucro de R$ 2,7 bilhões de 2020. O lucro ajustado, por sua vez, caiu 11,8%, a R$ 2,3 bilhões.

A receita operacional líquida da companhia subiu 2,3%, a R$ 12,5 bilhões em 2021. O Ebitda somou R$ 5,9 bilhões no ano, queda de 8,4%, mas o Ebitda ajustado subiu 12,3%, a R$ 7,2 bilhões.

Dividendos

Com base na reserva de lucros retidos em 2020, o conselho de administração da Engie aprovou a distribuição de R$ 638,7 milhões em dividendos intermediários aos acionistas, correspondentes a R$ 0,7827 por ação. 

Foi aprovado ainda o pagamento de R$ 60 milhões como juros sobre capital próprio (JCP), montante correspondente a R$ 0,073 por ação.

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