Depois de fechar 2021 com lucro líquido de R$ 34 bilhões, aumento de 64,7% ante 2020, obtido em grande parte devido aos resultados com participações societárias, o BNDES ainda mantém como plano desinvestir de todas as fatias em empresas listadas em bolsa.
“Nossa estratégia de longo prazo é ter uma carteira especulativa zero”, disse Gustavo Montezano, presidente da instituição financeira, durante apresentação dos resultados a imprensa nessa sexta-feira, 25 de fevereiro.
Atualmente, o BNDES ainda tem participações societárias em diversas empresas, incluindo Petrobras, Eletrobras, Copel, Engie e AES Brasil. Segundo Montezano, o BNDES vai, gradualmente, desinvestir dessas participações, uma vez que a atividade especulativa financeira na bolsa não é função de um banco de desenvolvimento.
“Estamos desperdiçando o capital que poderia ser usado em desenvolvimento”, disse. Segundo ele, a velocidade em que o BNDES vai zerar essas participações será ditada pelo mercado. “Continuaremos fazendo os desinvestimentos sem pressa, aguardando as janelas de mercado”, explicou.
Em 2021, a receita do BNDES com operações de crédito e repasses subiu 26,8%, a R$ 39,4 bilhões. Já os resultados com participações societárias subiram 22%, a R$ 30,5 bilhões, incluindo alienações de ações, receitas com dividendos, reversão de perdas por impairment e resultados positivos com equivalência patrimonial.
Ao fim do ano passado, as participações da instituição eram avaliadas em R$ 78 bilhões, e o banco informou continuará focado na sua política de desinvestimentos.
Questionados sobre a venda da Eletrobras, os executivos do BNDES disseram que não poderiam dar detalhes da operação devido à obrigação do período de silêncio. “Estamos confiantes na privatização”, se limitou a dizer Fábio Abrahão, diretor de concessões do banco de fomento.