A venda da refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, assinada na quarta-feira, 25 de março, pela Petrobras com o fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão, foi considerada positiva por analistas que acompanham a petroleira. Na visão deles, a alienação da primeira refinaria da companhia é um marco importante para a empresa.
“O primeiro passo foi dado. A RLAM representa cerca de 15% da capacidade de refino da Petrobras. É a primeira refinaria a ser vendida no plano de desinvestimento da Petrobras, que visa vender um total de oito refinarias”, afirmou o Credit Suisse, em relatório assinado por Regis Cardoso e Marcelo Gumiero.
Segundo o banco, as vendas das refinarias quebram o monopólio no setor e trazem benefícios para a Petrobras, pois mitiga o risco de intervenção do governo na política de preços de combustíveis da estatal e reduz a necessidade de investimentos no negócio de refino, além de ajudar na desalavancagem financeira da empresa e contribuir para a meta de redução da dívida bruta de US$ 60 bilhões até o fim do ano.
A XP Investimentos, porém, destacou que o valor de venda da RLAM está abaixo da expectativa. Em relatório assinado por Gabriel Francisco e Maira Maldonado, a casa de análise indica que o preço mais baixo do negócio pode refletir uma combinação de fatores como o baixo nível de competição pelo ativo; a maior percepção de risco para o segmento de refino no Brasil, devido à política de preços de combustíveis; e potenciais necessidades de investimentos na renovação de equipamentos da refinaria.
Para outro analista de um banco que acompanha a Petrobras, sob condição de anonimato, o valor do negócio está em linha com os seus cálculos.
Às 12h26, as ações preferenciais da Petrobras recuavam 1,67% (R$ 22,44) na B3. Já as ações ordinárias eram negociadas com queda de 1,38% (R$ 22,22). A queda, no entanto, indica estar mais relacionada à variação do preço futuro do Brent, que no início da tarde de hoje recuava mais de 4%, após a elevação registrada ontem, impulsionada pelo incidente com um cargueiro que encalhou no Canal de Suez e impediu o tráfego de petroleiros na região.