As termelétricas da Eneva geraram 1.201 GWh no primeiro trimestre do ano, mais que o dobro dos 597 GWh do mesmo período de 2023, refletindo a continuação do acionamento dessas usinas para suprimento de picos de carga, mesmo com os volumes dos reservatórios ainda elevados em todo o país e os preços de energia no mínimo regulatório.
Segundo a companhia, o despacho termelétrico reflete tanto condições estruturais, como restrições operativas, limitações de modelo e a crescente matriz energética intermitente do Sistema Interligado Nacional (SIN), por conta do aumento das renováveis, quanto efeitos conjunturais, como o impacto do fenômeno climático El Niño, que intensificou sua atuação em 2023 e continuou vigente em grande parte do primeiro trimestre deste ano.
Desde setembro do ano passado, as usinas vem sendo despachadas por unit commitment, para suprimento de ponta instantânea, devido às limitações dos modelos e dos procedimentos de formação de preço, dado que em determinados momentos não havia capacidade hidrelétrica de atendimento à carga, segundo a Eneva. A companhia informou ainda que em determinadas horas no trimestre, em menor escala, houve despacho térmico por ordem de mérito.
Com o despacho registrado no trimestre, a geração das termelétricas da companhia cresceu na comparação anual, mas ainda se mantém baixa relativamente à capacidade instalada. As usinas do Complexo Parnaíba tiveram 25% de capacidade utilizada no período, acima dos 10% registrados nos primeiros três meses de 2023, mas não houve geração significativa das usinas a carvão, da termelétrica Porto de Sergipe e nem da Termofortaleza, que está sem contrato.
Já a geração da termelétrica Jaguatirica, localizada em Roraima, único estado isolado do SIN, cresceu de 64% da capacidade para 82% no primeiro trimestre deste ano, com geração de 216 GWh, maior volume desde o início da sua operação comercial, no início de 2022.
No trimestre, a Eneva registrou ainda a exportação de 248 GWh para a Argentina, por meio do complexo Parnaíba, sendo 133 GWh com preços negociados em contratos bilaterais e 115 GWh liquidados ao PLD.
A geração solar da companhia, por meio do Complexo Futura, somou 405 GWh no trimestre, com disponibilidade de 94%. A conclusão da estabilização do complexo aconteceu em outubro do ano passado, quando 100% das usinas se tornaram operacionais.
