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'Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado', diz presidente da Petrobras

'Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado', diz presidente da Petrobras

O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, reafirmou nesta sexta-feira, 6 de maio, a continuidade da política de preços de combustíveis da companhia, alinhada aos preços do mercado internacional. Segundo ele, essa paridade de preços gera riqueza para a sociedade brasileira e garante o suprimento de combustíveis ao país.

“Não podemos nos desviar da prática de preços de mercado, condição necessária de geração de riqueza para a companhia e a sociedade”, disse o executivo, em um longo discurso de abertura, em teleconferência com analistas e investidores sobre o resultado da petroleira no primeiro trimestre, um lucro de R$ 44,5 bilhões.

Segundo ele, a política de preços atual é “fundamental para garantir suprimento de derivados [de petróleo] no Brasil”.

As declarações de Coelho ocorrem um dia depois das críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro à gestão da Petrobras, de que o lucro da companhia é “um estupro, um absurdo”. Bolsonaro também fez novo apelo para que a Petrobras não aplique uma nova correção de preços dos combustíveis, sob pena de quebrar o país. “A Petrobras não entende ou não quer entender. Só estão de olho no lucro”.

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Às 11h07, as ações ordinárias da Petrobras eram negociadas com alta de 1,05%, a R$ 34,75. Já as ações preferenciais avançavam 0,97%, a R$ 32,32.

Refinarias

Com relação ao programa de desinvestimentos no refino, o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Rodrigo Araujo, afirmou que a companhia espera concluir ainda este ano as operações de venda das refinarias SIX, no Paraná, e Reman, no Amazonas.

Segundo ele, seguem em negociação os processos de venda da Lubnor, no Ceará, e da Regap, em Minas Gerais.

Sobre Refap (RS), Repar (PA) e Rnest (PE), a empresa ainda está fazendo avaliações de mercado para retomar os processos. A companhia também espera alinhar os cronogramas com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Com relação à Braskem, o executivo contou que a empresa monitora o mercado e eventuais oportunidades para retomar o processo de venda de sua participação na petroquímica.

Albacora Leste

Com relação ao campo de Albacora, na Bacia de Campos, o diretor de Exploração e Produção (E%P) da Petrobras, Fernando Borges, afirmou que o processo de desinvestimento do ativo continua em andamento.

“Houve a divulgação da assinatura [da venda] para Albacora Leste [para a PetroRio]. E o campo de Albacora continua na fase de avaliação das propostas. É um processo de desinvestimento em curso e que ainda não chegou a uma situação de poder fazer uma tomada de decisão ainda”, afirmou o executivo, em entrevista coletiva.

Bolsonaro

Durante a entrevista coletiva, o presidente da Petrobras disse ser legítima a preocupação de Bolsonaro, mas que a Petrobras tem por dever de diligência que praticar preços de mercado.

“Acho legítima a preocupação do presidente Bolsonaro com o preço mais elevado dos combustíveis. Essa elevação dos preços dos combustíveis acontece em todo o mundo e é uma preocupação de todos os lideres governamentais. Mas, por outro lado, por dever de diligencia, os administradores da Petrobras […] devem atuar alinhados com a atual politica de preços da companhia. Mas é claro que a Petrobras não é insensível à sociedade brasileira, principalmente em momentos atípicos como este que vivemos”, afirmou ele. 

“Não repassamos a volatilidade de imediato, mas é claro também que, em determinados momentos, reajustes devem ser feitos para que mantenhamos a saúde financeira da nossa companhia”, completou o executivo.

*Texto atualizado às 15h17, para inclusão de informações.

(foto: Jefferson Rudy / Agência Senado)

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