
A Pan American Energy e o grupo alimentício Gonçalves & Tortola estão avaliando acordo de autoprodução de energia eólica localizada no estado da Bahia. O acordo foi aprovado na sexta-feira, 8 de agosto, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas ainda depende do aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A parceria envolve uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) detentora da outorga para exploração da eólica Ventos de Santa Luzia 06, de 40,5 MW de capacidade instalada. A planta está situada na cidade de Novo Horizonte, na Bahia.
Conforme informações do processo, a operação será instrumentalizada, principalmente, por meio de contrato de consórcio a ser celebrado. Em julho, as empresas já celebraram o memorando de entendimento com os termos e condições do projeto de autoprodução de arrendamento com consórcio, no qual ficou definido que a empresa alimentícia terá parcela do seu consumo de energia gerada sob regime de autoprodução.
As informações sobre volume contratado, valores e o prazo do acordo não foram divulgados pelas empresas.
Para o Cade, a Pan American Energy disse que a parceria reforça sua atuação no mercado de geração de energia elétrica no Brasil, especialmente no segmento de fontes renováveis, por meio da busca de sinergias entre gerador e consumidor.
Já grupo Gonçalves & Tortola vê a autoprodução como uma possibilidade de obtenção de energia por meio de uma fonte renovável, como um meio de reduzir custos com energia elétrica e obter ganhos de sustentabilidade.
Projeto da Pan American Energy
Em junho, a empresa avançou um outro acordo de autoprodução de energia com Packing Group, fabricante de embalagens plásticas, envolvendo os parques eólicos Ventos de Santa Luzia 01 e 04, que juntos somam 85,5 MW de capacidade instalada, situados nos municípios de Ibitiara e Novo Horizonte, na Bahia.
As eólicas integram o Complexo Eólico Novo Horizonte (423 MW), formado por dez parques eólicos. Inaugurado em julho deste ano, o parque foi desenvolvimento pela Pan American Energy e recebeu investimentos de R$ 3 bilhões.
A maior parte da energia do parque Novo Horizonte já havia sido vendida em contratos de quatro a cinco anos. A estratégia de venda considerou o preço da energia, uma vez que contratos de mais longo prazo apresentavam preços menores.
No complexo, a companhia planeja um parque solar fotovoltaico associado, também com 400 MW de capacidade instalada, com foco em alcançar nos próximos quatro a cinco anos 2 GW. Para hibridizar o projeto, a empresa comprou solares da Casa dos Ventos na região em novembro de 2024, com previsão para entrada de operação em setembro de 2030.