A perfuração no bloco Água Marinha, localizado no pré-sal da Bacia de Campos, deve ter início em junho, disse o diretor-geral da TotalEnergies no Brasil, Olivier Bahabanian. A empresa é sócia do consórcio com 30% de participação, mesma fatia da operadora Petrobras. As demais sócias são Petronas (20%) e QatarEnergy (20%), com excedente em óleo da União de 42,4%. Água Marinha foi arrematado durante o 1º Ciclo da Oferta Permanente de Partilha de Produção, em 2022.
Olivier Bahabanian não descartou a participação no 5º Ciclo de Oferta Permanente de Partilha, previsto para junho desde ano e que deve leiloar áreas do pós sal. Entretanto, o maior interesse da TotalEnergies no Brasil está no pré-sal. “Nós estudamos tudo, mas o pré-sal é nosso foco. A OPP [Oferta Permanente de Partilha, regime em que são oferecidas as áreas do pré-sal] é a mais interessante para nós”, disse o executivo a jornalistas durante o 12º Seminário Sobre Matriz e Segurança Energética Brasileira, realizado pela FGV Energia no Rio de Janeiro.
Perfuração na Bacia de Pelotas poderá ocorrer em 2028
No mesmo evento, o diretor de Exploração e Desenvolvimento da Shell Brasil, Lucio Prevatti, informou que a perfuração na Bacia de Pelotas, considerada uma nova fronteira petrolífera no país, poderá ocorrer em 2028. A Shell participa de 29 blocos em Pelotas, todos operados pela Petrobras e arrematados durante o 4º Ciclo de Licitações da Oferta Permanente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado em dezembro de 2023.
“A primeira perfuração talvez [ocorra] em 2028. No caso de uma descoberta, nós estamos falando mais de 10 anos de um ciclo até o primeiro óleo”, disse o executivo, destacando os prazos longos em projetos de óleo e gás e a necessidade de reposição de reservas no Brasil. Atualmente, a Petrobras e as empresas associadas fazem trabalhos de sísmica na região.
“O trabalho está sendo feito corretamente, mas somente Pelotas não é suficiente. A gente precisa investir realmente na exploração de novas fronteiras para que o Brasil consiga achar uma nova grande área de produção”, concluiu Prevatti.
Ele destacou que a descoberta do pré-sal em 2006 deu um novo fôlego para as Bacias de Campos e Santos, que já estavam no pico de produção do pós-sal com esperado declínio na recuperação dos campos. Entretanto, estes ativos podem são ser suficientes para suprir a demanda nas próximas décadas no país, que pode voltar a ser importador líquido de petróleo.