A Petrobras assinou dois protocolos de intenções para a realização de estudos sobre o reaproveitamento de plataformas de produção de petróleo e gás e pretende lançar nesta segunda-feira, 17 de fevereiro, uma licitação internacional para a aquisição de navios gaseiros para renovar a frota da sua subsidiária Transpetro, com foco em aumentar a produção de gás natural e carregar amônia.
Licitação internacional
Nesta segunda-feira, ocorrerá a abertura de uma licitação pública internacional para a aquisição de oito navios gaseiros com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil m³. A medida faz parte do programa de renovação e ampliação da frota da Transpetro, iniciado em julho de 2024.
Além de renovar a frota, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou, em nota, que a licitação pode auxiliar no aumento gradativo da produção de gás natural da empresa e proporcionar menor exposição aos afretamentos. De acordo com a Petrobras, a contratação pode triplicar a capacidade da Transpetro para transportar Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e derivados e vai permitir à companhia carregar amônia.
A licitação terá dois lotes, que não podem ser vencidos pelo mesmo estaleiro ou consórcio, de forma a permitir a participação de todos os estaleiros que atendam aos critérios técnicos e econômicos do edital.
Um dos lotes contemplará cinco navios do tipo pressurizado, destinados ao transporte de GLP e derivados, sendo três embarcações de 7 mil m³ e duas de 14 mil m³ de capacidade.
O segundo lote prevê a aquisição de três navios com capacidade de 10 mil m³, do tipo semirefrigerado, embarcações que também poderão carregar amônia, produto que atualmente não é transportado pela Transpetro. Segundo a Petrobras, a entrada dessas novas embarcações possibilitará a ampliação da carteira de serviços da companhia.
As empresas interessadas têm o prazo de 90 dias para apresentar suas propostas. De acordo com o cronograma, o primeiro navio deve ser lançado em até 30 meses após a formalização do contrato. Os demais devem ser entregues sucessivamente a cada seis meses.
De acordo com a Petrobras, os futuros gaseiros serão até 20% mais eficientes em termos de consumo, propiciarão uma redução de 30% nas emissões de gases do efeito estufa e estarão aptos para atuar em portos eletrificados.
Desmobilização de plataformas
Os protocolos fazem parte do plano de negócios 2025-2029 da estatal, que prevê a desmobilização de dez plataformas até 2029 e inclui estudos para avaliar possibilidades de reaproveitamento destes ativos.
O primeiro acordo foi assinado junto com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) e com a Associação Brasileira das Empresas da Economia do Mar (Abeemar). Já o segundo acordo, foi fechado com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP).
Segundo a Petrobras, a estratégia pode gerar redução de custos logísticos, o fortalecimento da base de fornecedores e a promoção de melhores práticas de sustentabilidade, já que os protocolos visam fomentar a troca de informações e o desenvolvimento de estudos colaborativos, promovendo sinergias e identificando oportunidades para a viabilidade do reaproveitamento de plataformas.
Campo de Búzios
Na última semana, o FPSO Almirante Tamandaré (Búzios 7) entrou em produção no Campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. Ao todo, serão 15 poços, sete produtores de óleo, seis injetores de água e gás, um conversível (produtor e injetor) e um injetor de gás, interligados à plataforma por meio de uma infraestrutura submarina. De acordo com Chambriard, Búzios 7 é a primeira unidade de alta capacidade a ser instalada no campo.
“Tem potencial para produzir diariamente até 225 mil barris de óleo (bpd) e processar 12 milhões de metros cúbicos de gás. O FPSO Almirante Tamandaré é parte do sexto sistema de produção de Búzios e contribuirá para que o campo alcance a produção de 1 milhão de barris de óleo por dia, previsto para o segundo semestre de 2025”, afirmou a presidente.
A expectativa é que o campo se torne o maior campo de produção da Petrobras.
“É altamente produtivo, com reservas substanciais de petróleo leve. Até 2030, nossa expectativa é de superar o marco de 1,5 milhões de barris de produção por dia”, disse Sylvia Anjos, diretora de Exploração e Produção da Petrobras.
O consórcio de Búzios é composto por Petrobras (operadora), as empresas parceiras chinesas CNOOC, CNODC e a PPSA, empresa gestora dos contratos de partilha da produção.