A Petrobras vai inaugurar nesta sexta-feira, 13 de setembro, o complexo Energias Boaventura, localizado no município de Itaboraí, no Rio de Janeiro, 16 anos após o início das suas obras. Composto por uma unidade de processamento de gás natural (UPGN), o complexo, que faz parte do antigo Comperj, é formado por um conjunto de unidades com capacidade aproximada de produzir 12 mil barris por dia (bpd) de óleos lubrificantes de grupo II, 75 mil bpd de diesel S-10 e 20 mil bpd de querosene de aviação (QAV-1).
A planta, que receberá gás do pré-sal da Bacia de Santos, transportado por meio do gasoduto Rota 3, vai operar em sinergia com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc). Nessa fase, o gás ainda não é disponibilizado para o mercado. O início das operações comerciais está previsto para a primeira quinzena de outubro.
Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), o Rota 3 também será inaugurado na sexta-feira. O empreendimento tem aproximadamente 355 km de extensão, sendo 307 km referentes ao trecho marítimo e 48 km referentes ao trecho terrestre.
De acordo com a Petrobras, o Rota 3 vai viabilizar o escoamento de até 18 milhões de m³/dia e o processamento, pela UPGN, de até 21 milhões de m³/dia de gás natural.
A estatal também está desenvolvendo duas termelétricas a gás na região para participar de leilões do setor elétrico e unidades de refino para produção de combustíveis e de lubrificantes.
Em agosto, o diretor de Transição Energética e sustentabilidade da estatal, Mauricio Tolmasquim, disse que a empresa tem olhado para o leilão de reserva de capacidade e estuda inscrever nove usinas existentes, somando 3 GW, que foram descontratadas recentemente, e um novo projeto termelétrico no polo Gaslub, de 400 MW, situado em Itaboraí.
Operação logística contra seca
A estatal e a Transpetro, sua subsidiária de transporte e logística, informaram que estão executando um plano de contingência para garantir o escoamento de petróleo, gás natural e gás de cozinha (GLP) para atendimento de seus mercados na região Norte.
As ações fazem parte da Operação Codajás e, segundo a Petrobras, mesmo com o agravamento da estiagem na região, não há impactos no suprimento de GLP para os clientes (distribuidoras e para a Refinaria de Manaus) bem como na produção de petróleo e suprimento de derivados na região.
Em uma das ações, o GLP produzido na região de Urucu, no Amazonas, está sendo escoado por meio de barcaças nos trechos mais críticos do rio Solimões. Por serem de menor porte, essas embarcações conseguem ultrapassar os pontos críticos de profundidade dos rios e garantir o escoamento do produto. Posteriormente, é feito transbordo para navios maiores, com capacidade de 3.500 toneladas.
De acordo com a Petrobras, o escoamento de petróleo de Urucu segue “ocorrendo sem transtornos”, sendo transbordado para navios em Manaus ou Itacoatiara.
Todas as ações realizadas vêm sendo informadas nas reuniões do grupo de crise instaurado pelo Ministério de Minas e Energia, que está coordenando as instituições governamentais e sociedade civil para mitigar os efeitos da severa estiagem da região Norte.