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Petrobras registra queda na produção total de petróleo, mas bate recorde no pré-sal

No primeiro trimestre de 2023, a produção média de petróleo, gás natural e gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras apresentou queda de 1,5% em relação ao trimestre anterior, somando 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia. De acordo com a estatal, a redução ocorreu em função de paradas e manutenções, do declínio natural de campos maduros e de desinvestimentos.

Prova de mar do Navio Celso Furtado em mar aberto a alguns quilômetros do rio de janeiro.
Prova de mar do Navio Celso Furtado em mar aberto a alguns quilômetros do rio de janeiro.

No primeiro trimestre de 2023, a produção média de petróleo, gás natural e gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras apresentou queda de 1,5% em relação ao trimestre anterior, somando 2,64 milhões de barris de óleo equivalente por dia. De acordo com a estatal, a redução ocorreu em função de paradas e manutenções, do declínio natural de campos maduros e de desinvestimentos.

A redução na produção ocorreu, principalmente, em campos de terra e águas rasas (-14,3% em relação ao primeiro trimestre do ano, somando 48 mil barris por dia) e no pós-sal profundo e ultra profundo (-9,7% no período, totalizando 346 mil barris por dia). Nos campos marítimos, houve o início da produção do FPSO Anna Nery e a entrada de cinco novos poços de projetos complementares na Bacia de Campos (1 em Albacora, 1 em Roncador, 1 em Marlim Sul e 2 no Polo Jubarte).

No pré-sal, a Petrobras registrou recorde de produção, com 1.708 mil barris de óleo equivalente por dia, valor 0,4% superior ao trimestre anterior e 6,2% maior do que o mesmo período de 2022. O acréscimo se explica, principalmente, pelo aumento na produção da plataforma P-71, no campo de Itapu, e pelo início de produção do FPSO Almirante Barroso, no campo de Búzios, na Bacia de Santos.

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A produção no exterior foi de 35 mil barris por dia, referente aos campos da Bolívia, Argentina e Estados Unidos, em leve redução comparado ao trimestre anterior, quando foram produzidos 36 mil barris por dia.

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As vendas de gás natural apresentaram estabilidade em relação ao primeiro trimestre de 2023, permanecendo no patamar médio de 50 milhões de m³/dia. A entrega de gás nacional apresentou aumento de cerca de 1 milhão de m³/dia, devido à menor quantidade de intervenções em unidades de produção e de processamento de gás natural ao longo do 2T23.

O volume de importação de gás natural da Bolívia ficou em 15 milhões de m3 por dia, com redução de 21% face ao primeiro trimestre de 2023. A regaseificação de GNL registrou 3 milhões de m3 por dia no primeiro trimestre de 2023.

Recorde em utilização de refinarias

A Petrobras teve recorde na venda de gasolina no segundo trimestre de 2023, atingindo 434 mil barris por dia. Este foi o melhor resultado para este período do ano desde 2017 e representou crescimento de 15,7% em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento se explica pelo ganho da participação da gasolina sobre o etanol hidratado dos veículos flex. No período, houve também três recuos nos preços do combustível, totalizando 20,75% de redução.

A venda dos derivados registrou aumento de 1,5% no segundo trimestre de 2023, em relação ao trimestre anterior. Além da gasolina, houve aumento nas vendas de gás liquefeito de petróleo (GLP, + 9,3% no período) e pelo diesel (+ 1% no período), por conta das menores temperaturas e retomada da atividade industrial e da atividade econômica após o fim do período de férias do primeiro trimestre.

Outros derivados, como nafta (-11,6% no período), óleo combustível (-3% no período) e querosene de aviação (QAV, com redução de 8,4% no período) tiveram queda nas vendas. Para QAV e óleo combustível, a redução se explica pelo fim do período de férias e da temporada de cruzeiros, que puxam o consumo destes combustíveis.

Ainda assim, ambos registraram vendas maiores do que no segundo trimestre de 2022, indicando uma recuperação do setor após a pandemia de covid-19. A nafta teve menor demanda no polo petroquímico de São Paulo.

Nas refinarias, o fator de utilização (FUT) registrou média de 93% no trimestre, índice recorde desde 2015. Em junho, o índice alcançou 95%, considerado outro recorde. A companhia ressalta que o expressivo FUT foi atingido mesmo com paradas programadas de manutenção nas refinarias RPBC, Refap, Reduc e Replan. A produção de derivados aumentou 9,4% neste segundo trimestre de 2023, em relação ao trimestre anterior e 2,1% maior do que o mesmo período do ano passado.

Geração de energia considerada estável

No primeiro trimestre de 2023, a Petrobras registrou geração de 581 MW médios, com redução de 2,4% em relação ao trimestre anterior. Na comparação semestral, neste primeiro semestre de 2023 foram produzidos 588 MW médios, ante 1.160 MW médios em 2022, o que representa queda de 49,3% entre os períodos.

A companhia considerou que a geração de energia neste segundo trimestre de 2023 ficou estável em relação ao trimestre anterior, e informou que a produção foi destinada principalmente para atender a interna por vapor, com alocação de parte desta geração em oportunidades comerciais relacionadas à exportação para a Argentina.