O resultado da Petrobras no quarto trimestre de 2020, um lucro líquido de R$ 59,9 bilhões, indicou um bom desempenho da companhia no período, mesmo se desconsiderar o efeito contábil da reversão do impairment de R$ 31 bilhões e que colocou o resultado anual da empresa no território positivo, em R$ 7,1 bilhões, de acordo com a avaliação de analistas consultados pela MegaWhat.
O UBS destacou o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado recorrente da empresa, de R$ 35 bilhões no quarto trimestre, valor ligeiramente acima do previsto pela casa de análise, de R$ 34,2 bilhões. Ainda de acordo com banco, em relatório assinado pelos analistas Luiz Carvalho e Gabriel Barra, o resultado foi impactado positivamente pelo aumento do preço do petróleo no período e a redução de custos de extração – que recuou de US$ 6,7 bilhões, em 2019, para US$ 4,7 bilhões, em 2020.
O UBS manteve recomendação de compra dos papéis da petroleira, com preço-alvo de R$ 31.
Já o Credit Suisse classificou o resultado como “impecável”, em relatório assinado por Regis Cardoso e Marcelo Gumiero. “Por outro lado, é lamentável que a recente mudança repentina na gestão tenha gerado incertezas para ofuscar os resultados financeiros e operacionais da Petrobras. A principal questão, para nós, é se a Petrobras mudará o curso daqui para a frente”, afirmaram os analistas, no relatório.
Na mesma linha, um analista de uma grande casa de análise que acompanha a Petrobras afirmou, em condição de anonimato, que o resultado do quarto trimestre da empresa ressaltou a qualidade da gestão no período. “Porém, infelizmente, esse resultado vale pouco hoje”, completou.
A Ativa Investimentos também destacou a recuperação de receitas nas áreas de combustíveis e de gás e energia, a evolução do preço do petróleo Brent e a “conhecida diligência de seu management” para entregar uma “digna geração de caixa aliada à redução de seu endividamento”, em relatório assinado por Ilan Arbetman.
Já a XP Investimentos recomendou cautela com relação ao resultado da Petrobras. Em relatório assinado pelos analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado, a casa de análise destaca que há um efeito combinado de R$ 44 bilhões sobre o lucro divulgado que não reflete as operações da companhia. A XP mantém a recomendação de venda de papéis da petroleira.
Às 10h31, as ações ordinárias da petroleira eram negociadas com alta de 3,45% (R$ 24,60) e as preferenciais subiam 2,75% (R$ 25,07).