A Petrobras obteve prejuízo de R$ 1,546 bilhão no terceiro trimestre de 2020, ante o lucro de R$ 9 bilhões registrado no mesmo intervalo do ano anterior.
Segundo a companhia, isso aconteceu porque os ganhos com maiores volumes de vendas de petróleo e derivados e maiores preços do Brent (na base trimestral) foram mais que compensados pelo aumento das despesas financeiras, que foram influenciados pelos prêmios pagos na recompra de títulos.
O resultado financeiro a companhia foi negativo em R$ 22,9 bilhões, mais que o dobro dos R$ 10,9 bilhões do mesmo período de 2019. As despesas financeiras somaram R$ 9,8 bilhões (alta de 1,6%) e as variações monetárias e cambiais somaram despesa de R$ 13,8 bilhões (aumento de 431,8%).
A receita da companhia somou R$ 70,7 bilhões, queda de 8,2%, com queda considerável no faturamento com derivados, que recuaram 12,1%, para R$ 41,4 bilhões. As vendas de gás natural também tiveram queda significatia de 32,1%, para R$ 4 bilhões. No lado positivo, as vendas da Petrobras para o mercado externo subiram 8,1%, para R$ 22,8 bilhões, incluindo um aumento de 8,5% na receita com exportação de petróleo e derivados, para R$ 20,9 bilhões.
O dólar médio de venda no trimestre foi de R$ 5,38, aumento de 35,5% em relação ao do terceiro trimestre de 2019. Já o preço do barril do Brent caiu 30,6%, para US$ 43.
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da companhia subiu 2,6%, para R$ 33,44 bilhões. O Ebitda ajustado recorrente, por sua vez, subiu 6,1%, para R$ 37,3 bilhões.
A dívida bruta caiu 11,5%, para US$ 79,58 bilhões, e a dívida líquida recuou 12,2%, para US$ 66,2 bilhões.
O endividamento medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado ficou em 2,33 vezes no trimestre, abaixo das 3,97 vezes do terceiro trimestre de 2019.
O caixa da Petrobras ao fim do trimestre era de R$ 75,4 bilhões, acima dos R$ 60,3 bilhoes registrados um ano antes. O fluxo de caixa livre, por sua vez, subiu de R$ 25,7 bilhões no terceiro trimestre de 2019 para R$ 40,1 bilhões nos três meses encerrados em setembro.
O caixa gerado por atividades operacionais e de investimentos somou R$ 43 bilhões no período, ante R$ 30,2 bilhões no mesmo trimestre de 2019.
No acumulado nos nove primeiros meses do ano, a Petrobras tem prejuízo líquido de R$ 52,7 bilhões, ainda devido ao forte impacto da crise provocada pelo covid-19 e pelos preços de petróleo no segundo trimestre deste ano. A receita de vendas entre janeiro e setembro deste ano somou R$ 197,1 bilhões, queda de 10,6% na base anual. O Ebitda ajustado cresceu 3,5%, para R$ 95,9 bilhões.