A PetroRio deve iniciar a perfuração do campo de Frade, na Bacia de Campos, no último trimestre de 2021, disse Roberto Bernardes Monteiro, presidente da companhia, durante teleconferência sobre os resultados de 2020. Segundo o executivo, se a perfuração for iniciada no início de outubro, o primeiro óleo pode ser produzido ainda neste ano.
“Claro que isso é desafiador, ainda passa por contratação de sonda, licença ambiental, equipamentos e um monte de coisa”, disse. “Se formos muito bem e começarmos a perfuração no início do quarto trimestre, teríamos talvez o primeiro óleo neste ano, mas isso é uma chance mais retoma. Devemos ter o primeiro óleo no primeiro trimestre do ano que vem”, afirmou.
A ideia da companhia é terminar o primeiro poço produtor de Frade no primeiro trimestre do ano que vem, e já emendar com dois poços injetores de água ainda no mesmo campo. Depois, vai migrar com a mesma sonda para o campo de Wahoo, para perfurar os quatro poços produtores previstos. “Isso otimizaria nossa operação”, disse Monteiro.
Depois disso, a sonda voltará para Frade para perfurar a segunda fase, que deve envolver três ou quatro poços, dependendo se será ou não preciso mais um para injetar água.
A companhia avalia ainda incluir no itinerário mais um poço em Polvo, antes de ir para Frade e iniciar o itinerário nos ativos em águas profundas.
Em relação à Polvo, a companhia mantém a previsão de concluir o tieback (interligação de um reservatório a uma plataforma em operação, reduzindo os investimentos necessários) com Tubarão Martelo em julho deste ano.
Com o tieback, a exploração em Polvo vai ganhar eficiência, permitindo reduzir o lifting cost da companhia. Segundo Monteiro, o lifting cost do primeiro semestre deste ano deve ser entre US$ 12 e US$ 14 o barril, em linha com o registrado no fim do ano passado.
Com o tieback e a entrada de Tubarão Martelo, o lifting cost deve cair para algo entre US$ 10 e US$ 12 o barril, “talvez mais para US$ 10 que para US$ 12”, disse. O sistema mais novo e moderno terá mais confiabilidade, ajudando nessa redução do custo de extração. No ano passado, a produção no campo foi paralisada por nove dias, por conta de um vazamento na caldeira do terminal, o que prejudicou sua produção de novembro e ocasionou no aumento do custo.
“Do aumento do lifting cost, 95% foi causado por Polvo”, disse Monteiro. Segundo o executivo, a BW Offshore, que é dona do FPSO Polvo, tem uma previsão contratual de dias por ano em que a produção pode ficar parada. Passando disso, há possibilidade de recuperar parte do prejuízo.
Fusões e aquisições
A PetroRio levantou cerca de R$ 2 bilhões com uma oferta primária de ações em janeiro, recursos que foram para seu caixa e devem ter como destino crescimento da companhia por meio de fusões e aquisições. Segundo Monteiro, a companhia está avaliando várias alternativas, mas não pode falar sobre isso agora.
“Vemos várias oportunidades acontecendo no mercado. Queremos estar bem preparados, capitalizados e prontos para conseguir mais oportunidades de crescimento inorgânico e fusões e aquisições”, disse.
Em relação à venda do campo de Albacora pela Petrobras, o executivo disse que a expectativa é de que sejam conhecidas as empresas que vão para a segunda fase em março. “Não existe nenhuma data formal da Petrobras”, disse.
A PetroRio obteve lucro líquido de R$ 675,8 milhões no quarto trimestre do ano passado, queda de 13% na comparação anual. A receita da companhia subiu 58% no período, para R$ 880 milhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização subiu 9%, para R$ 895,3 milhões.