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Por crise hídrica, Fitch rebaixa ratings da AES Tietê de “AA+” para “AA”

Por crise hídrica, Fitch rebaixa ratings da AES Tietê de “AA+” para “AA”

A Fitch Ratings, agência de classificação de risco de crédito, rebaixou o rating nacional de longo prazo da AES Tietê e de sua nona emissão de debêntures de “AA+” para “AA”. A perspectiva do rating corporativo é estável.

Segundo a agência, o rebaixamento se deve principalmente ao impacto negativo do cenário hidrológico do país, tendo em vista que dos 3.684 MW de capacidade instalada em operação que a empresa possui, 72% são provenientes de fonte hídrica. A Fitch prevê que a AES Tietê deverá apresentar um pico de alavancagem financeira líquida ainda em 2021, e terá o desafio de melhorar seu perfil financeiro nos anos seguintes.

A análise considera a AES Tietê e suas subsidiárias de forma isolada em relação à sua controladora, a AES Brasil, embora reconheça que uma deterioração da qualidade de crédito desta possa limitar o seu rating.

Devido ao cenário hidrológico, a Fitch afirma que o processo de desalavancagem financeira da empresa será adiado, e que no cenário-base de rating ela deverá apresentar relação dívida líquida/Ebitda de 5,5 vezes em 2021 e de 4,2 vezes em 2022, piores que as expectativas anteriores.

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Segundo relatório, a receita líquida e o Ebitda consolidados da empresa em 2021 serão de R$ 2,4 bilhões e de R$ 871 milhões, respectivamente. Já em 2022, a receita líquida e o ebitda devem crescer para R$ 2,6 bilhões e R$ 1,1 bilhão, respectivamente, considerando um volume comercializado de 1.393 MW médios ao preço médio de R$ 191 MW/h.

A análise considera, ainda, que a AES Tietê precisa apresentar fluxos de caixa livres (FCFs) positivos, de modo a conseguir amortizar grande parte de sua dívida até o término das concessões de parcela relevante da sua capacidade de geração. Em 2021, o FCF deverá ser negativo em aproximadamente R$ 1,3 bilhão.

Uma característica positiva da empresa, segundo análise, é que a expansão na geração eólica complementa suas usinas hídricas e permite maior eficiência no gerenciamento do seu balanço energético, tendo ainda uma parcela descontratada que pode funcionar como proteção para o risco hidrológico do período.

Em relação aos seus pares, o rating da AES Tietê está dois graus abaixo do da Engie Brasil (AAA/perspectiva estável) e um grau abaixo do da Eneva (AA+/perspectiva estável), ambas com operações relevantes no segmento de geração de energia. A Engie possui maior porte, com 8.711 MW de capacidade instalada em operação, menor exposição ao risco hidrológico e perfil financeiro mais robusto. Já a Eneva apresenta R$ 2,1 bilhões de receita fixa proveniente de seu parque gerador de energia termelétrica. Todas as três empresas, porém, possuem satisfatória posição de liquidez.