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Porto do Açu se estrutura para ser “verde” com plantas de hidrogênio, solar e eólica offshore

Porto do Açu se estrutura para ser “verde” com plantas de hidrogênio, solar e eólica offshore

O Porto do Açu, instalado em São João da Barra, no Norte Fluminense, quer se consolidar como um porto verde, com baixas emissões de carbono nos próximos anos. A base para isso está sendo construída com a estratégia em energias renováveis e estudo de uma planta de hidrogênio verde, que poderá ser suprida a partir de usinas da fonte solar fotovoltaica e eólica offshore.

O desenvolvimento desses projetos está em diferentes fases, mas deve caminhar para um ecossistema no qual as 16 empresas instaladas no local, e as que o porto quer atrair, consigam neutralizar as suas emissões de gás carbônico.

“Conversa com a nossa necessidade, dentro e perto do porto, para habilitar indústrias que queiram ter pegada de baixo carbono. Somos um porto novo, então podemos crescer como porto verde, e temos o benefício de fazer isso desde o começo, pela natureza do negócio”, contou Mauro Andrade, executivo de Desenvolvimento de Negócios da Prumo Logística.

“Em entrevista à MegaWhat, Mauro Andrade, apontou que o conceito de porto verde está no planejamento estratégico do Grupo Prumo, parceria entre o fundo americano EIG Global Energy Partners e a Mubadala Investment Company, que desenvolve o Porto do Açu”.

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“A gente está trabalhando intensamente para colocar de pé uma planta de produção de hidrogênio verde e uma das condições para isso é ter energia renovável. Eu poderia comprar no mercado, mas se eu já tenho a possibilidade de gerar energia dentro da área do Açu, eu fico mais competitivo”, disse o executivo.

A planta de hidrogênio ainda está em estudo de viabilidade econômica, com análise para obtenção de licenças e do melhor local para a sua instalação. Mesmo sem um projeto de engenharia, o estudo prevê um consumo de 300 MW médios para a produção do hidrogênio verde no local, o que fez com que a joint venture buscasse as fontes necessárias para o seu suprimento.

A Porto do Açu Operações e a Equinor assinaram um Memorando de Entendimentos (MoU) para construir uma planta solar fotovoltaica dentro do porto, com 200 MWp. O MoU foi divulgado em fevereiro, e as empresas estão realizando as medições no local, que deverão ter duração ininterrupta de 12 meses.

Para a planta solar, outros passos também foram dados, com a busca pelas outorgas iniciais e licenciamento ambiental. Quanto ao licenciamento, como o porto é uma área industrial, já há algumas licenças pré-aprovadas, o que agiliza o andamento do processo. “Tudo o que a gente pode avançar, estamos avançando”, contou Mauro Andrade.

No entanto, a usina solar fotovoltaica, não será suficiente para garantir o suprimento da produção de hidrogênio e, assim, a empresa entendeu que a eólica offshore poderia ser uma alternativa complementar.

“É óbvio que até pelo nosso histórico de suporte logístico na área de petróleo e gás que a gente seja o porto de escolha para fazer todo apoio logístico offshore para instalação e comissionamento dessas usinas eólicas, quando elas estiverem em operação no futuro. Esse foi o primeiro estalo. Quando a gente viu várias empresas licenciando na frente do Porto do Açu, um negócio para quatro ou cinco anos, e nós somos o porto de escolha, que a logística para fazer a eólica offshore tem um custo importante – quanto mais perto você está obviamente que mais barato é”, disse o executivo.

No início de agosto, a Prumo Logística, iniciou o processo de licenciamento ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para construção do Complexo Eólico Marinho Ventos do Açu, que terá potência instalada de até 2,16 MW, em quatro parques, com 36 aerogeradores cada.

Mesmo com todas as condições favoráveis para a geração de energia buscadas nesses projetos do Porto do Açu, a Prumo não tem o intuito de ser uma geradora do mercado. Como desenvolvedora de projetos, o objetivo é realizar o investimento, formar parcerias estratégicas e depois do amadurecimento e desenvolvimento do negócio, realizar a reciclagem do capital.

“É exatamente isso que a gente quer fazer com Ventos do Açu. Com alguma sorte, em algum tempo, a ventos do Açu vai ser a nossa sétima joint venture”, completou Andrade.

* matéria atualizada às 16h34 para correção do parceiro do grupo Prumo no Porto Açu 

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