A privatização da Eletrobras, que será feita por meio de uma oferta de ações no mercado, deverá ter um preço por ação maior que o piso definido pelo BNDES, mas que não será divulgado ao mercado. Segundo o banco suíço UBS, uma das consequências dessa dinâmica pode ser um preço muito alto, que deixe de fora investidores de longo prazo.
Esses investidores, segundo o relatório do banco, poderiam contribuir com a escolha do conselho de administração da nova Eletrobras, indicando nomes que ajudariam na formação de uma visão estratégia de longo prazo.
Segundo o relatório, assinado pelos analistas Giuliano Ajeje e Guilherme Reif, a oferta de ações da Eletrobras deve envolver cerca de R$ 30 bilhões, sendo R$ 25 bilhões em emissão primária de novas ações, e mais R$ 5 bilhões de secundária, na qual a União venderá parte de suas ações para chegar numa participação total de 45% na companhia.
“O sucesso da nova companhia vai depender fortemente de seu novo conselho e, consequentemente, dos novos acionistas”, escreveram os analistas.
Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu o aval para a continuação do negócio. Segundo o UBS, os próximos passos dependem da estatal atualizar documentos, entre eles o seu formulário de referência, que deve ser arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 31 de maio. Com isso, o roadshow da capitalização pode começar no dia 1º de junho.
As rodadas de conversas com os investidores podem durar de duas a três semanas, e há a possibilidade de antecipação do cronograma em uma semana, segundo os analistas. O UBS tem um preço-alvo para as ações preferenciais classe B (ELET6) da Eletrobras de R$ 70,00, com recomendação de compra.