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Privatização da Eletrobras faz parte da desconstrução institucional do setor, diz Salatiel Pedrosa

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A privatização da Eletrobras faz parte do processo de desconstrução institucional do mercado de energia elétrica do país. A opinião é do engenheiro e mestre em planejamento energético Salatiel Pedrosa, que aborda a descapitalização de estatais elétricas e uso político do setor elétrico brasileiro em seu mais novo livro, “O capitalismo mundial e a captura do setor elétrico na periferia”, lançado no fim de 2021 pela editora Appris.

“Por que é preciso privatizar uma empresa que tem uma história de sucesso? Uma empresa que teve planejamento, que se adaptou à globalização, vendendo parte de seu controle acionário, mas se mantendo estatal. Eu pensaria duas vezes antes de colocar uma empresa dessas à venda”, disse o especialista à MegaWhat.

Crítico das privatizações no mercado de energia, o autor, que também atua como articulista de jornais de Goiás e Tocantins, afirma que a desestatização de elétricas prejudica a visão nacional do setor elétrico.

“A energia muda de conceito. Se, em uma empresa estatal, você tem a energia como vetor básico de desenvolvimento, em uma empresa privada, a energia é uma commodity, é uma mercadoria. E, ela sendo mercadoria, será que a empresa tem interesse em atender os desequilíbrios regionais do Estado? Ou ela vai procurar se alimentar da própria máquina que capitaliza o lucro nas regiões onde o retorno é mais imediato?”, questiona o especialista.

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Em seu sétimo livro, Pedrosa retoma uma discussão apresentada em sua quinta obra, “O setor elétrico brasileiro – Uma falência mais do que anunciada. O caso da Celg e outros escritos”, em que ele critica a deterioração da antiga estatal goiana Celg, a partir da privatização da usina hidrelétrica de Cachoeira Dourada, em 1997. Desta vez, Pedrosa amplia a questão para o nível nacional, com enfoque nos efeitos do uso político do setor elétrico.

“O livro vem no momento em que o setor elétrico brasileiro precisa ser revisto, repensado”, afirma Pedrosa. “Não consigo ver uma construção institucional. Não vejo o setor se construindo institucionalmente”, completou.