Queimadas desligam 120 MW da Cemig e atingem 2% da safra da Raízen

A Cemig teve parte de sua rede atingida por queimadas nesta quarta-feira, 26 de agosto. “As queimadas provocaram o desligamento das linhas de transmissão Ipatinga 1 – Timóteo 2 e Mesquita – Timóteo causando falta de energia nas cidades de Timóteo, Marliéria, Antônio Dias, Jaguaraçu e Coronel Fabriciano”, informou a empresa.

Ao Operador Nacional do Sistema (ONS), a empresa reportou desligamento total de duas subestações, da hidrelétrica Sá Carvalho e de duas linhas de transmissão. A ocorrência provocou a interrupção de aproximadamente 120 MW de carga, parte dela destinada para a indústria Arcelor Mittal.

O desligamento ocorreu às 16h21 e, segundo a empresa, mais da metade dos clientes afetados teve o abastecimento restabelecido em 3 minutos. “Às 16h54 todos os consumidores atingidos tiveram o fornecimento normalizado”, informou a Cemig.

Ocorrências por incêndio aumentam em 2024

Segundo a Cemig, apenas em julho deste ano 159,5 mil unidades tiveram o abastecimento interrompido em função das queimadas. O montante é mais de três vezes superior ao registrado em todo o primeiro semestre, quando os incêndios provocaram falta de energia para pouco mais de 45 mil consumidores.

Até julho de 2023, o abastecimento a 55 mil unidades consumidoras foi interrompido em 112 incidentes provocados por incêndios. Neste ano, o número já ultrapassa 205 mil clientes em 184 ocorrências no sistema elétrico da Cemig.

De acordo com a empresa, o restabelecimento do serviço é dificultado pelos danos em equipamentos como postes, cabos e torres, e pela localização das queimadas, que geralmente são feitas em locais de difícil acesso.

“Um dos maiores desafios para as equipes de campo é chegar ao local da ocorrência para fazer o reparo. Normalmente, são locais de difícil acesso e em áreas rurais muito amplas. Além disso, levar estruturas pesadas, como torres e postes, em áreas acidentadas, torna ainda mais complexa a manutenção das redes danificadas pelas queimadas”, explica em nota o engenheiro de Sustentabilidade da Cemig, Demetrio Aguiar.

Apesar de as queimadas ocorrerem geralmente em áreas rurais, a região metropolitana de Belo Horizonte também tem sido impactada pelo fogo. Considerando o primeiro semestre de 2024, houve um acréscimo de 10 mil unidades consumidoras interrompidas por incêndios, na comparação com o mesmo período de 2023.

Raízen reporta que 2% da safra foi atingida pelas chamas

A Raízen informou que aproximadamente 1,8 milhão de toneladas de cana-de-açúcar própria e de fornecedores foi atingida pelo fogo, sobretudo no estado de São Paulo. O montante equivale a 2% do previsto para a safra 2024/2025 da fabricante de açúcar e etanol.

Para mitigar os impactos, a Raízen informou que irá priorizar a moagem da cana afetada. “Com essa medida, esperamos que as perdas e impactos em nossos resultados sejam imateriais”, diz a empresa em comunicado.

Segundo a Raízen, todos os focos de incêndio em suas áreas estão controlados, e a assistência foi estendida a fornecedores.

“A companhia destaca que, desde a sua formação, a queima de cana como método de colheita foi proibida. Todas as operações são 100% mecanizadas”, complementa a empresa.