
A Raízen descontinuará a usina Santa Elisa, situada no município paulista de Sertãozinho, por tempo indeterminado. A ação faz parte da estratégia de reciclagem do portfólio de ativos e inclui a venda de cana-de açúcar da planta por um valor total de R$ 1,04 bilhão para reduzir o endividamento da companhia.
Os contratos preveem a venda de até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, incluindo cana própria e a cessão de contratos com fornecedores. A operação foi formalizada com as companhias Usina Alta Mogiana, Usina Bazan, Usina Batatais, São Martinho, Pitangueiras Açúcar e Álcool Ltda. e Viralcool – Açúcar e Álcool Ltda.
O valor total está sujeito a eventuais ajustes usuais para negócios desta natureza, com recebimento à vista no fechamento da operação. Os recursos obtidos serão destinados à redução do endividamento.
Segundo a empresa, a operação corresponde ao valor aproximado de S$ 53 por tonelada de cana, não incluindo o ativo industrial.
As transações estão condicionadas à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e ao cumprimento de determinadas condições previstas nos contratos.
Acordo com a São Martinho
Entre as empresas compradoras, a São Martinho publicou um comunicado falando sobre a operação.
A empresa informou que assumirá aproximadamente 10.600 hectares de cana de contratos da planta, com aquisição de aproximadamente 80% de cana própria do ativo e 20% de fornecedores.
A transação soma até R$ 242 milhões, sujeitos a ajustes até o fechamento, pagos sem necessidade de investimentos adicionais na indústria e agrícola (apenas gastos variáveis usuais para administrar as novas áreas).
Última safra
Entre janeiro e março de 2025, a Raízen apresentou prejuízo de R$ 2,5 bilhões, acima do desempenho negativo de R$ 878 milhões contabilizados no mesmo período do ano passado. A alavancagem, medida pela dívida líquida ajustada/Ebitda ajustado, saiu de 1,3 vezes para 3,2 vezes, com alongamento do prazo médio das dívidas para oito anos.
Durante a divulgação do seu balanço, em maio deste ano, O CEO da Raízen, Nelson Gomes, reforçou que a estratégia da empresa será simplificar suas operações, com foco na eficiência e redução de despesas. “Vamos racionalizar nossos investimentos e reduzir o endividamento. O foco está em construir um portfólio menor, porém mais sinérgico e alinhado à nossa atuação principal”, afirmou.
Seguindo essa estratégia, a companhia vendeu a usina Leme e 29 usinas de geração distribuída solar nos últimos meses.