A Raízen tem traçado estratégias na busca por parceiros com tecnologia para desenvolver combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) no Brasil e na eletrificação “máxima” dos processos produtivos para exportar energia eólica e solar, por meio do etanol de segunda geração (E2G), para a Europa, segundo o CEO da empresa, Ricardo Mussa.
“Olhamos na Raízen o mercado de exportação, porque estamos vendo que os mandatos de SAF no mundo são para valer, ou seja, não vão retroceder. O Brasil é o país certo para produção de SAF, mas é difícil tomar decisão de investimento em setor aéreo, porque quebra muita empresa, e precisamos políticas públicas como, por exemplo, o combustível do futuro, para fazer isso acontecer”, disse Mussa, durante painel em evento do Bradesco BBI realizado nesta quarta-feira, 11 de setembro.
De acordo com o executivo, faz sentido olhar para o mercado e, por isso, a empresa tem buscado lugares estratégicos para produzir que sejam conectados com portos para exportação. Além disso, a empresa não é dona da tecnologia necessária para produzir o combustível e, por isso, tem procurado parceiros.
Mussa ainda pontou que a biomassa pode ser usada como uma bateria para exportar o excedente de eólica e solar para mercados exteriores, através da sua conversão em um combustível líquido.
“O meu plano na Raízen é eletrificar o máximo que eu puder, eletrificando o meu processo produtivo, sobrará mais biomassa. A maneira de exportamos energia eólica e solar é através do biocombustível. Temos que importar energia elétrica, a partir da solar fotovoltaica e da eólica, armazenar em formato líquido e exportar para Europa através do E2G”, falou o executivo.
Na visão de Mussa, a tendência do Brasil é ter um aumento expressivo na geração de fontes intermitentes, sendo a biomassa uma opção inteligente para o país exportar energia.
Sem M&As
O executivo lembrou que o segmento de etanol é pulverizado, com a liderança da Raízen com 15% de market share. Por isso, a companhia não vê “nenhum grande benefício” em fusões e aquisições (M&As, na sigla em inglês) neste momento.
“O segundo maior player deve ter 5% de market share, então há espaço para crescer. No momento, não estamos olhando nenhum M&A, há três anos realizamos uma grande aquisição que foi a Biosev. Quando olhamos para nosso negócio, pensamos muito em escala, corte de custos e sinergias com outros parceiros para tornar nossa cadeia mais competitiva”, disse Mussa.
Em maio, Mussa disse que prevê novos desinvestimentos no médio e longo prazo nos ativos de geração elétrica.