A (re)energisa, braço de negócios não regulados do grupo Energisa, atingiu a marca de 307 MWp em geração distribuída de energia solar, resultado de investimentos de R$ 1,4 bilhão desde sua criação em 79 fazendas solares distribuídas em seis estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Neste marco, 100 MWp foram conectados no primeiro semestre de 2023, frente à conexão de 120 MWp durante todo o ano de 2022.
“Nós estamos falando de um outro patamar de capacidade de construir e conectar ativos. Mas, mais do que isso, com essa capacidade, nós também atingimos a marca de cerca de 10 mil clientes”, celebrou Roberta Godoi, vice-presidente de Soluções Energéticas da Energisa e líder da (re)energisa.
Numa comparação anual, o investimento alcançado pela companhia no segundo trimestre de 2023 foi de R$ 409,9 milhões apenas em geração distribuída, o que representa um salto de 194,4% no comparativo com o mesmo período de 2022. A frente de GD da marca apresentou também uma receita líquida de R$ 44,1 milhões, aumento de 79,9% com relação ao 2T22, o que permitiu um Ebitda de R$ 14,1 milhões no período.
O segmento, que começou com 19 usinas e 60 MWp de potência em 2019, com projetos instalados apenas região Sudeste, tem como meta chegar a 530 MWp até 2026 e explorar projetos em regime de teste em outras regiões do país.
“A gente ainda acredita que tem espaço para crescer nas regiões que estamos. Na maior parte delas, nós somos players líderes”, disse a executiva sobre a grande capilaridade que possui nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e com o objetivo de rentabilizar os reforços realizados, mas também com o instituto de “experimentar algumas regiões até o final do plano [2026]”.
Numa estratégia que começou no final 2021, com a frente de negócio para geração distribuída, mercado livre e serviços, a empresa repensou a sua relação com os clientes parar oferecer serviços que atendessem a três necessidades: liberdade de escolha, economia e confiabilidade. Em 2022, a (re)energisa foi lançada reunindo todos esses ativos não regulados.
“Dentro dessa ideia toda, a gente vem, já há alguns anos, promovendo investimentos e tomando uma série de providências pra se posicionar para o cliente como parceiro ideal nessa jornada da transição energética”, declarou Roberta Godoi.
Negócios em geração distribuída
Ao relembrar do planejamento de 2021, a VP relata que hoje a empresa vive um momento muito feliz, superando um plano ousado e diversos fatores, que vão desde a própria capacidade da construção e conexão em série das usinas, até a venda da energia ao cliente.
Com 307 MWp de capacidade instalada, a empresa consegue atender mais de 1 milhão de habitantes, com uma redução média de 63 mil toneladas de CO2 por ano.
Entre seus clientes, a frente de GD divide os contratos são divididos entre serviços de assinatura solar e a maior parte diretamente para pessoas jurídicas, com o grande foco da empresa para o segmento de pequenas e médias empresas.
“A pandemia ajudou a gente a identificar qual deveria ser o nosso segmento foco. E, naquele momento, fazia muito sentido ser o micro, pequenas e médias. E a gente vem aí, durante essa jornada, trabalhando muito especificamente esse segmento”, disse a VP Soluções Energéticas da empresa.
A abertura do mercado livre
Enquanto a abertura do mercado para a baixa tensão não chega, a empresa atende a esses clientes por meio de seus ativos de geração distribuída, focando naqueles que já querem ter liberdade de escolha e ações de sustentabilidade.
Já para a abertura do mercado livre para a alta tensão, a menos de três meses de sua efetivação, a (re)energisa vem trabalhando no crescimento de base para as migrações em janeiro.
“No final das contas, o que é importante para a (re)energisa? A gente quer ter um portfólio amplo, repleto de energia renovável e a gente vai adequar muito o produto de acordo com o perfil do cliente. E pode ser, inclusive, que determinado cliente demande as duas soluções que a gente tem”, explicou Roberta Godoi.
A empresa possui clientes que compram energia no mercado livre para as suas grandes instalações e que nas filiais são atendidos com geração distribuída.
“A geração distribuída serviu como um mercado teste, um negócio que nos preparou para esse momento do mercado livre que a gente vai viver. E tem muita sinergia porque a GD é massificada, é varejo, e agora o mercado livre também vai para o varejo. Também tem os mecanismos que você precisa ser mais de digital e menos relacional, com processos mais massificados, menos personalizados”, completou a executiva.
A (re)energisa possui há mais de um ano o registro de uma comercializadora varejista, quando começou a experimentar processo e a customizar produto.
Biometano
Também como parte de seu planejamento estratégico de 2021, o grupo Energisa adquiriu a 83,33% do capital social total da Agric Adubos e Gestão de Resíduos Industriais e Comerciais, que ficará embaixo do guarda-chuva da (re)energisa.
A assunção do controle da Agric contou com o pagamento de R$ 6,5 milhões e um aporte de capital na sociedade no montante de R$ 53,5 milhões, que será utilizado para investimentos na melhoria do sistema de compostagem e novo projeto de produção de biogás e biometano.
Segundo Roberta Godoi, diante da transição energética e dos desafios das empresas em descarbonizar a sua produção, o biometano configura como um produto importantíssimo nesse processo.
“A gente está, nesse momento, implementando uma usina que vai transformar resíduos em biometano e, como subproduto ainda desse processo do biometano, vai gerar biofertilizante. A gente vai seguir no mercado de biofertilizante e podendo, futuramente, inclusive, ir para o CO2. A nossa indústria, a nossa usina, ela vai ser capaz, inclusive, de, se em algum momento a gente quiser produzir CO2 para outro tipo de cliente que usa gás carbônico na indústria, a gente poder fornecer também”, contou a VP.
O acordo foi fechado no início de agosto deste ano e a usina deve ser implantada em cerca de 18 meses. Inicialmente, sua geração será de aproximadamente 25 mil metros cúbicos de gás por dia, sendo capaz de atender a um grupo de clientes que estão já estabelecidos na região.
“Essa é uma primeira empreitada, uma primeira experiência que a gente está entrando, mas queremos ser relevantes também nesse mercado”, conclui a executiva.