
A São Martinho obteve R$ 625 milhões em financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ampliar a planta de etanol de milho da unidade de Boa Vista, localizada na cidade de Quirinópolis, em Goiás. O montante representa cerca de 53% do investimento total, que soma R$ 1,077 bilhão, sendo os R$ 452,2 milhões restantes provenientes de recursos próprios da companhia.
Dos valores liberados pelo BNDES, R$ 500 milhões são provenientes do Fundo Clima, R$ 125 milhões via Finem e R$ 102,8 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Segundo o BNDES, um dos resultados esperados com a operação é o aumento das exportações de etanol brasileiro, fortalecendo o superávit do setor e gerando divisas em dólar para o país.
Projeto de Boa Vista
A unidade já conta com uma planta de etanol de milho, também financiada pelo BNDES, com capacidade de moagem de 5 milhões de toneladas de cana e 500 mil toneladas de milho por safra, destinada integralmente à produção de etanol e à cogeração de energia.
O novo aporte permitirá ampliar a capacidade de processamento em 635 mil toneladas de milho por ano e elevar a produção em 270 mil m³ de etanol. A planta terá flexibilidade para maximizar a produção de etanol anidro ou hidratado, conforme a estratégia da companhia e as condições de mercado.
Com o aumento da capacidade, estima-se a redução anual de 380 mil toneladas de CO₂e. Também está prevista a produção anual de 13 mil toneladas de óleo de milho e 170 mil toneladas de Distiller’s Dried Grains with Solubles (DDGS), insumo utilizado na indústria de ração animal.
“A iniciativa terá como grande diferencial sua eficiência energética, com um dos menores consumos de vapor por tonelada de moagem da indústria. Isso torna o projeto único e garante maior eficiência operacional e econômica, já que a planta não dependerá da compra de biomassa externa”, afirmou Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
Para Felipe Vicchiato, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da São Martinho, o investimento reforça a confiança no potencial do agronegócio brasileiro e contribui para o desenvolvimento do setor.
“O projeto também fortalece a matriz energética nacional, aumentando a oferta de energia renovável e reduzindo a dependência de derivados de petróleo”, completou o executivo.