(Com Camila Maia)
A construção da usina nuclear de Angra 3 pode não ser concluída, gerando custos adicionais de desmobilização do projeto, caso a Eletrobras não seja privatizada, afirmou o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, nesta quinta-feira, 7 de abril.
“Se porventura essa operação [capitalização e privatização da Eletrobras] não for realizada […] existe uma chance razoável de que, eventualmente, Angra 3 não seja concluída. Então, a empresa [Eletrobras] e a sociedade brasileira talvez tenham que arcar com os custos de fechamento de Angra 3”, disse o executivo, durante evento promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a modelagem de capitalização da Eletrobras, nesta quinta-feira.
Montezano acrescentou ainda que, sem a privatização da Eletrobras, a companhia também corre o risco de perder a concessão da hidrelétrica de Tucuruí, a partir de 2024.
Por outro lado, o presidente do BNDES destacou que, após a eventual privatização, a Eletrobras estará capitalizada em R$ 25,4 bilhões, podendo investir na conclusão da terceira usina nuclear brasileira.
“Além do benefício da transação em si, vamos ter uma Eletrobras capitalizada, muito mais preparada para investir, vamos ter redução de custo de energia para o Norte, vamos ter a potencialidade e a possibilidade de concluir a obra de Angra 3. E vamos ter maior previsibilidade de preços na matriz energética brasileira”, completou.
De acordo com informações da Eletronuclear, as obras civis de Angra 3 têm índice de conclusão atual de 67,1%. O empreendimento, de 1.405 megawatts (MW) de capacidade instalada, está previsto para entrar em operação no fim de 2026. São previstos R$ 14,9 bilhões de investimentos para concluir a terceira usina nuclear brasileira.
(foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados)