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Shell quer entrar no mercado de biometano do Brasil e aposta em produtos para gás

Em meio ao crescente interesse da indústria em negócios de baixo carbono, a Shell está estudando a sua entrada no setor de biometano do Brasil. No entanto, a falta de infraestrutura para o transporte é a primeira barreira a ser quebrada pela companhia, segundo Carolina Bunting, gerente de Vendas e Originação da Shell Energy Brasil (SEB), divisão da Shell para gás natural, energia renovável e energia elétrica.

Shell quer entrar no mercado de biometano do Brasil e aposta em produtos para gás

Em meio ao crescente interesse da indústria em negócios de baixo carbono, a Shell está estudando a sua entrada no setor de biometano do Brasil. No entanto, a falta de infraestrutura para o transporte é a primeira barreira a ser quebrada pela companhia, segundo Carolina Bunting, gerente de Vendas e Originação da Shell Energy Brasil (SEB), divisão da Shell para gás natural, energia renovável e energia elétrica.

“Vemos que o mercado brasileiro de biometano tem certos desafios por conta da falta de infraestrutura no país. Isso encarece muito a logística, porque ao invés de usar um gasoduto próximo ou construir um gasoduto muito longe, que não compensa, precisamos usar caminhões – o que dificulta a escala do biometano e encarece o produto também”, disse Bunting em entrevista à MegaWhat. 

Segundo a executiva, a companhia mira no setor como um ‘agregador’ da marca anglo-holandesa no Brasil e já busca geradores estratégicos para entrar no mercado, que tem “grande potencial”. 

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A gerente de vendas da Shell Energy lembra que a empresa tem realizado aquisições no setor fora do país e expandido sua atuação no segmento.  

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Em setembro do ano passado, a companhia iniciou a instalação da sua primeira usina de biometano nos Estados Unidos e anunciou a construção de mais três na América do Norte. Já em novembro, o grupo adquiriu a produtora dinamarquesa de biogás Nature Energy, responsável pela operação de 12 usinas de biogás na Dinamarca e uma França e com outras em construção, por quase US$ 2 bilhões.  

Na época, Huibert Vigeveno, diretor downstream da Shell, afirmou que as políticas de transição energética e as preferências dos consumidores da petroleira estavam sinalizando um forte crescimento na demanda pelo biogás nos próximos anos e que a aquisição adicionaria uma plataforma de produção europeia à companhia, ajudando a construir uma cadeia de valor em escala global.  

Contratos Shell 

Não é só no campo de produtos que a companhia tem buscado novas soluções para o país. No início deste ano, a Shell Energy anunciou a implementação do modelo de contrato ‘spot’ no mercado brasileiro para ampliar as negociações de gás natural no mercado livre, com a possibilidade de customização em até um dia. 

O Master Sales Agreement (MSA) é um modelo de contratação baseado na demanda e necessidades de cada consumidor e já é usado pela empresa nos Estados Unidos e na Europa, conta a executiva da Shell Energy. “A gente quis adotar instrumentos que nos vimos no mercado estrangeiro adaptados na realidade brasileira para promover mais liquidez no curto prazo e para fechar contratos mais rápido”. 

Além do modelo de contratação simplificada, o fornecimento spot (à vista) de volumes pode ser negociado para curto ou médio prazo e interruptíveis, o que confere flexibilidade aos consumidores, sendo uma possível solução para necessidades pontuais ou de curto período. 

Da sua implementação, em maio, até agora o MSA já responde por 10% do portfólio da companhia, distribuídos em cerca de sete contratos com produtores, comercializadoras, distribuidoras e consumidores do mercado livre. Agora a expectativa da Shell é aumentar seu leque de clientes, entre eles as transportadoras, que já discutem a contratação com a empresa. 

Na visão de Carolina Bunting, o lançamento da nova modalidade foi o pontapé no debate para a padronização desses contratos no mercado brasileiro, com diversas ramificações devido a leis estaduais. 

“Essa falta de padronização existe porque o mercado é muito novo e essa iniciativa da Shell vem para dar alternativas. Nossos contratos são públicos para que outras empresas adotem. [Hoje existem] entraves do mercado livre, por exemplo, a regulamentação de cada estado, já que alguns incentivam a migração para o mercado livre e tem outros que dificultam”, destaca.

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