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Taesa vê oportunidades de crescimento com transmissão de eólicas offshore

Taesa vê oportunidades de crescimento com transmissão de eólicas offshore

Depois de antecipar em quase seis meses o seu maior projeto greenfield já construído até hoje, a Taesa busca continuar crescendo por meio de novas concessões licitadas em leilões e também pela aquisição de projetos no mercado secundário.

Segundo Luis Alessandro Alves, diretor de implantação da companhia, o planejamento do sistema indica que haverá um grande volume de linhas de transmissão a serem construídas no país, com funções como escoar a energia gerada por fontes renováveis no Nordeste e também para conectar parques eólicos offshore que devem ser viabilizados futuramente no Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, além do litoral nordestino.

“No Brasil, estuda-se offshore no Nordeste, Rio de Janeiro e Sul do país. Então, com certeza, terão oportunidades aí de investimentos em transmissão”, disse Alves, lembrando que a Taesa tem ativos nessas regiões, o que pode lhe permitir mais competitividade.

Ainda não há regulamentação para esse tipo de geração de energia, mas o executivo espera que os próprios geradores sejam responsáveis pela construção dos parques eólicos e por trazer a energia até a costa por meio de cabos submarinos. “O sistema vai se conectar no litoral, para trazer a energia para os centros de consumo, então entendo aí que a transmissão não será responsável em construir a infraestrutura marítima”, afirmou.

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Mais no futuro ainda, Alves avalia que pode surgir a necessidade de novas tecnologias também em transmissão, como subestações mais próximas da costa ou até mesmo construídas em plataformas. “Mas ainda está cedo para esse tipo de tecnologia, temos muitos caminhos de transmissão no continente antes”, disse.

Enquanto a eólica offshore não vira uma realidade, a Taesa avalia os próximos leilões de transmissão, mesmo os menores como o previsto para dezembro deste ano, que contará com a contratação de R$ 2,7 bilhões em investimentos. Em junho do ano que vem, será realizado um leilão com investimentos estimados em R$ 6,7 bilhões, com muitos ativos para reforçar a capacidade de transmissão entre o Norte de Minas Gerais e os principais centros de carga do Sudeste.

“Se for atrativo para a Taesa, trouxer eficiência e ganho, com certeza vamos participar. Sempre avaliamos os leilões da Aneel, independentemente da localização e porte. Mas claro que em Minas Gerais temos muitos ativos e isso facilita nossa vida”, disse o executivo.

A companhia anunciou ontem à noite, 1º de setembro, a conclusão da construção da Janaúba Transmissora, arrematada no leilão de transmissão de outubro de 2016, com uma receita anual permitida (RAP) de R$ 213,6 milhões. Mesmo com eventuais atrasos causados pela pandemia, o empreendimento foi entregue com 5,5 meses de antecipação, e a Taesa investiu R$ 950 milhões, uma eficiência de 18% em relação ao capex estimado pela Aneel no edital.

Esse projeto, que envolve duas linhas de transmissão que somam 542 km, foi o maior construído do zero pela Taesa até o momento. Localizado na divisa entre Minas Gerais e Bahia, o empreendimento vai atender a necessidade de escoamento da energia produzida pelas novas usinas eólicas e solares no Nordeste do país.

A Taesa ainda tem em carteira cinco linhas de transmissão em construção, que totalizam R$ 2,2 bilhões em investimentos e vão acrescentar R$ 400 milhões em RAP à companhia.

Alves não quis revelar as metas de antecipação de obras e otimização de capex, mas reiterou que a Taesa busca eficiência em todas as suas obras. Os efeitos da pandemia dependem do estágio de cada obra. Janaúba, por exemplo, já estava em fase de montagem nos canteiros de obra na época da fase mais aguda da pandemia, o que a protegeu de eventuais atrasos na entrega de insumos de mercado como concreto e ferro.

“Lógico, tivemos sim desaceleração no primeiro momento e, até que você se organize, o ritmo muda um pouco. Mas, com certeza, conseguimos nos adequar e trazer a produção a contento e conseguimos, mesmo com esses percalços que não são previstos, manter a energização e a economia de capex”, disse.

Com a conclusão de Janaúba, a Taesa passa a ter 34 concessões em sua carteira, e soma os R$ 213 milhões da RAP à sua receita anual do ciclo 2021/2022, que é da ordem de R$ 2,7 bilhões.

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