
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciou a criação do Centro de Pesquisa em Mobilidade Elétrica (Cemobe), que contará com um investimento inicial de R$ 15 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio de edital nacional. A iniciativa visa posicionar a universidade como referência em inovação no setor de eletromobilidade e tecnologias limpas.
Coordenado pelo professor Tárcio Barros, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), o centro já possui mais de 20 projetos em andamento, cerca de R$ 105 milhões e parcerias com 40 empresas. A construção da sede está prevista para ser concluída em até dois anos, dentro do hub internacional para o desenvolvimento sustentável.
Segundo o docente, o Cemobe será o primeiro centro da América Latina com estrutura e equipamentos dedicados exclusivamente à mobilidade elétrica.
“Nosso objetivo é ser um polo integrador entre universidade e indústria, capaz de acelerar o desenvolvimento tecnológico e dar respostas às demandas brasileiras de forma customizada”, afirmou Barros.
Frentes do Centro de Pesquisa em Mobilidade Elétrica
Entre as principais áreas de atuação do novo centro estão a eletrificação do transporte, com foco em veículos híbridos e elétricos, desenvolvimento de estações de recarga e dispositivos de micromobilidade, eletrificação de veículos e implementos agrícolas, com foco em precisão e redução de impacto ambiental, e estudos sobre os impactos sociais da mobilidade elétrica e apoio à formulação de políticas públicas.
A iniciativa também buscará soluções em tecnologias de baixo carbono, alternativas à combustão, sistemas de gerenciamento de energia e potência com foco em eficiência e segurança e armazenamento de energia por meio de sistemas como baterias, supercapacitores e células a combustível.
O Cemobe ainda contará com laboratórios para testes e certificações, incluindo infraestrutura para motores elétricos, eletrônica de potência, dinâmica veicular, armazenamento de energia e prototipagem rápida.
De acordo com a Unicamp, o centro buscará ser uma base para uma futura rede nacional de laboratórios multiusuários voltados à eletromobilidade, aberta à academia e ao setor produtivo.
“Queremos envolver a iniciativa privada na criação conjunta de novos laboratórios. Já recebemos visitas de empresas internacionais interessadas e estamos preparados para ampliar significativamente nossa atuação”, destacou Barros.