
A Vale confirmou ao mercado que está avaliando potencial alienação de 70% de participação na Aliança Energia, incluindo os ativos de energia Sol do Cerrado e Consórcio Candonga, presentes no portfólio da companhia, para a Global Infrastructure Partners (GIP).
Em março de 2024, a mineradora exerceu seu direito de preferência e fechou acordo para adquirir os 45% que a Cemig detinha na Aliança Energia, joint venture dona de quase 1,5 GW em empreendimentos de geração hídrica e eólica, por R$ 2,7 bilhões.
Na oportunidade, já havia anunciado que, após a conclusão do negócio, pretendia buscar potenciais parceiros para a plataforma. A Aliança tem de sete hidrelétricas em Minas Gerais, dois complexos eólicos em operação no Rio Grande do Norte, e um em implantação no Ceará.
Segundo comunicado ao mercado publicado nesta sexta-feira, a companhia diz não existir qualquer instrumento vinculante firmado quanto à alienação e que qualquer decisão nesse sentido será tomada em conformidade com as políticas e regras de governança da companhia.
“A Vale reitera que seguirá mantendo o mercado informado tempestivamente sobre qualquer fato relevante a respeito de seus negócios”.
Global Infraestructure Partners
A Global Infrastructure Partners (GIP) possui em seu portfólio a gestão da Atlas Renewable Energy e Naturgy. Em janeiro de 2024, a GIP foi comprada pela gestora de ativos BlackRock por cerca de US$ 3 bilhões em dinheiro e 12 bilhões em ações.
A aquisição integrou a crescente da BlackRock em infraestrutura, como uma das oportunidades de investimento de longo prazo mais interessantes para a gestora, na visão de uma série de mudanças estruturais para “remodelar a economia global”.
A compra de participação na Aliança Energia
A Vale obteve o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a aquisição da totalidade das ações ordinárias e nominativas da Aliança Energia, sob titularidade da Cemig GT, em maio de 2024.
Na oportunidade, as empresas justificaram ao Cade que a operação está alinhada com o compromisso da Vale de alcançar 100% do consumo de energia elétrica de fontes renováveis no Brasil até 2025, assegurando o custo competitivo de energia para suas operações, enquanto para o grupo Cemig o alinhamento segue com seus planos de desinvestimento.
Com a aquisição da totalidade das ações da Aliança, a potência total outorgada da Vale passou a totalizar 16 mil MW.