
A Vale celebrou acordo com a Global Infrastructure Partners (GIP) para estabelecer uma joint venture na Aliança Energia. Com a conclusão da transação, a companhia receberá aproximadamente US$ 1 bilhão em dinheiro e deterá uma participação de 30% na empresa, enquanto a GIP terá os 70% restantes.
“A transação garante volume estratégico de geração de energia para manter a matriz elétrica da Vale, que é 100% baseada em fontes renováveis no Brasil. Com a transação, a Vale garante custos de energia competitivos, com preços definidos em dólares americanos sem ajuste de inflação”, disse a companhia em comunicado ao mercado.
Na conclusão do negócio, a Aliança Energia passará a consolidar os ativos de energia do parque solar Sol do Cerrado e a integralidade do Consórcio Candonga, que contempla a hidrelétrica Risoleta Neves. Ambos os ativos estão localizados em Minas Gerais, assim como outras seis hidrelétricas enquanto três parques eólicos estão instalados nos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará.
A parceria envolve ativos de geração com 2.189 MW em capacidade instalada e 1.003 MW médios de garantia física.
A operação está sujeita às condições precedentes usuais, incluindo a anuência ou a aprovação de órgãos regulatórios competentes.
GIP
A GIP é uma gestora global de fundos de infraestrutura, com um portfólio de ativos de cerca de US$ 170 bilhões, incluindo diversas joint ventures com grupos do setor de energia mundial.
No Brasil, por meio do grupo Atlas Renewable Energy, controla uma plataforma de geração com aproximadamente 983 MW de capacidade instalada na Bahia, Ceará e Minas Gerais.
Em janeiro de 2024, a GIP foi comprado pela gestora de ativos BlackRock por cerca de US$ 3 bilhões em dinheiro e 12 bilhões em ações.
A aquisição integrou a crescente da BlackRock em infraestrutura, como uma das oportunidades de investimento de longo prazo mais interessantes para a gestora, na visão de uma série de mudanças estruturais para “remodelar a economia global”.
A Vale e a Aliança Energia
A Vale obteve o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a aquisição da totalidade das ações ordinárias e nominativas da Aliança Energia, sob titularidade da Cemig GT, em maio de 2024.
Na oportunidade, as empresas justificaram ao Cade que a operação está alinhada com o compromisso da Vale de alcançar 100% do consumo de energia elétrica de fontes renováveis no Brasil até 2025, assegurando o custo competitivo de energia para suas operações, enquanto para o grupo Cemig o alinhamento segue com seus planos de desinvestimento.
Com a aquisição da totalidade das ações da Aliança, a potência total outorgada da Vale passou a 16 mil MW.