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Vencedora do A-5, Orizon busca antecipar obras de usina que usará resíduos sólidos urbanos para gerar energia

Vencedora do A-5, Orizon busca antecipar obras de usina que usará resíduos sólidos urbanos para gerar energia

Vencedora do primeiro leilão a contratar uma usina com geração de energia a partir de resíduos sólidos urbanos (RSU), a Orizon pretende antecipar as obras e entrar com a usina localizada em Barueri (SP) em 2025, a fim de garantir o desconto das fontes incentivadas, disse Jorge Elias, diretor de engenharia e implantação da companhia, em entrevista à MegaWhat.

A Orizon conseguiu contratar cerca de 75% da garantia física da usina, 12 MW médios, no leilão A-5 realizado ontem, 30 de setembro, com um preço de R$ 549,35/MWh, deságio de 14% em relação ao preço máximo do edital, de R$ 639/MWh. O investimento previsto na usina é de R$ 520 milhões. A usina faz parte do negócio desenvolvido pela Orizon a partir de uma parceria público-privada (PPP) firmada com a prefeitura de Barueri para tratamento do lixo. A PPP, com duração de 30 anos, foi vencida em 2012 por um consórcio com a participação da Orizon, e prevê o tratamento e a destinação dos resíduos sólidos urbanos do município.

Agora, com o contrato de 20 anos garantido pelo leilão, a Orizon vai completar a equação e construir a Unidade de Recuperação Energética (URE) no modelo “waste to energy”, seu primeiro empreendimento do tipo. Serão 20 MW de potência com entrega flat e próximo do centro de carga, o que representa uma vantagem competitiva do empreendimento. 

Segundo Elias, a Orizon tem outros projetos do tipo em desenvolvimento, mas nenhum em estágio tão avançado, uma vez que são processos complexos que demandam prazos de licenciamentos maiores, até pela união da solução energética com a gestão dos resíduos sólidos urbanos.

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Para os 6 MW médios restantes na usina, que não foram contratados no certame de ontem, a companhia conta com novos leilões voltados para a fonte, já que o preço ainda não é competitivo para contratos de longo prazo de venda de energia no mercado livre. “Mas não é má ideia ficar com uma exposição para capturar o prêmio maior dessa fonte 100% incentivada no mercado livre”, disse o executivo, lembrando que o PLD esteve no teto de R$ 583,88/MWh nos últimos meses.

Como a fonte é 100% incentivada, o prêmio em relação às fontes convencionais no mercado livre chega a R$ 150/MWh. Para garantir o desconto no fio, a ideia da Orizon é antecipar as obras e entregar a usina em 2025, antes do prazo do leilão, que se inicia em janeiro de 2026. A Lei 14.120/2021 acabou com os descontos para fontes incentivadas, mas eles serão válidos para projetos que tenham outorga até o início de março do ano que vem e que entrem em operação até março de 2025.

O financiamento do projeto ainda não está fechado, mas há várias alternativas na mesa, e a companhia avalia qual a estratégia mais adequada. Segundo Elias, por haver uma parcela do capex dolarizada, por conta de equipamentos importados, como o sistema de tratamento de gases e as caldeiras, a Orizon avalia contratar financiamento no exterior. No longo prazo, a expectativa é que a indústria nacional seja capaz de fabricar os equipamentos, e que a fonte se torne mais competitiva, assim como aconteceu com renováveis como eólica e solar fotovoltaica.

“Devemos começar a implantação agora, mas a construção efetiva vamos começar a ver a partir do segundo trimestre do ano que vem”, disse Elias. 

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