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Venda de energia pela Petrobras aumenta 24% em 2024

Baixa hidrologia puxou despacho térmico no ano; com vencimento de contratos, a venda de disponibilidade térmica pela estatal caiu 30%

Foto: Agência Petrobras
Fachada do edifício da Petrobras no Rio de Janeiro. Vendas de energia térmica pela estatal aumentaram em 2024, em função da hidrologia ruim.

A Petrobras encerrou o ano de 2024 com venda de 722 MW médios, montante 24,3% superior ao do ano de 2023. O aumento ocorreu em função do crescimento do despacho térmico, por conta da baixa hidrologia do ano passado. Por outro lado, a venda de disponibilidade térmica em leilão foi 30,3% inferior à de 2023, em razão do encerramento de contratos. Assim, a estatal encerrou o ano de 2024 com 1.154 MW médios contratados.

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Considerando o quarto trimestre de 2024, a venda de energia elétrica foi de 942 MW médios, 23,9% superior na comparação anual e 12,5% menor do que o trimestre anterior. A venda de disponibilidade térmica em leilão foi de 1.109 MW médios no quarto trimestre de 2024, contra 1.655 MW no mesmo período de 2023 (-33%) e 1.135 MW médios no terceiro trimestre de 2024 (-2,3%).

Venda em gás natural pela Petrobras

Em gás natural, a Petrobras registrou vendas de 48 milhões de m³ por dia, com redução de 4% na base anual e em relação ao trimestre anterior. Para a estatal, a queda se explica pela maior participação de outros agentes fornecedores e à menor demanda do segmento não termelétrico.

A produção de gás nacional no trimestre também teve queda de 9,4% em relação ao último trimestre de 2023, fechando a 29 milhões de m³ por dia. O Complexo de Energias Boaventura (antigo Comperj e Gaslub) ainda não iniciou a operação do seu segundo módulo, e fechou o ano de 2024 com operação de 10,5 milhões de m³ por dia, metade da capacidade total. A empresa previa iniciar a operação completa ainda em 2024, mas agora espera operar o segundo módulo até março de 2025.

A regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) foi de 5 milhões de m³ por dia no fim de 2024, contra 3 milhões de m³ por dia há um ano, com aumento de 66,7%. A importação de gás da Bolívia caiu 18,8% na comparação anual, a 13 milhões de m³ por dia.

No último trimestre de 2024, a produção de óleo, líquidos de gás natural (LGN) e gás natural no país foi de 2,6milhões de barris de óleo equivalente por dia, com redução de 10,5% na comparação anual. Em óleo e LGN, a produção foi de 2 milhões de barris de óleo equivalente por dia, um recuo de 11,5% em relação aos volumes de um ano atrás. Incluindo a produção no exterior, a Petrobras atingiu no trimestre 2,6 milhões de barris de óleo equivalente produzidos por dia, com redução de 10,5% na base anual.

Produção do pré-sal

A produção de óleo no pré-sal no quatro trimestre de 2024 foi de 1,8 milhões de barris por dia, 3,4% inferior à do trimestre anterior. Segundo a Petrobras, a redução ocorreu em função do maior volume de paradas para manutenção no campo de Búzios, parcialmente compensadas pelo topo de produção do FPSO Sepetiba e pelo início de produção dos FPSOs Maria Quitéria e Marechal Duque de Caxias.

No refino, o volume total de produção foi de 1,8 milhão de barris por dia no trimestre, com avanço de 1,1% na base anual. As vendas no mercado interno aumentaram 1,4%, a 1,7 milhão de barris por dia. O fator de utilização do parque de refino foi de 95%, um ponto percentual acima de 2023.