A fabricante dinamarquesa de aerogeradores Vestas obteve lucro líquido de 5 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, após registrar prejuízo de 75 milhões de euros no mesmo período de 2024. Segundo o CEO do grupo, Henrik Andersen, o resultado mostra a continuação da trajetória positiva da empresa, que vê, porém, incertezas geopolíticas relacionadas ao tarifaço anunciado recentemente pelos Estados Unidos, com possíveis impactos no cronograma de projetos.
Em entrevista à Reuters, o executivo ponderou que as tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, podem resultar em preços mais altos de energia no país e, consequentemente, no aumento dos custos de projetos.
Já em teleconferência para apresentação dos resultados do primeiro trimestre do ano, a companhia chamou atenção para a desaceleração do crescimento das instalações de eólicas no mundo, saindo de 40 GW em 2023 para 37 GW em 2024 – das quais a Vestas respondeu por 30%, seguida por SGRE (21%), Nordex (19%), GE (14%), Enercon (5%) e outros (11%), conforme dados da WoodMackenzie.
Desempenho da Vestas no 1T25
A entrada de encomendas de turbinas eólicas chegou a 3.135 MW, um aumento de 36% em relação ao primeiro trimestre de 2024 devido ao número de projetos offshore e onshore na Europa, África e Oriente Médio (EMEA). O valor da carteira de pedidos de turbinas eólicas era de 32,9 bilhões de euros em 31 de março de 2025.
No final do trimestre, a Vestas também tinha contratos de serviço com receita contratual futura prevista de 36,9 bilhões de euros. Juntas, as áreas de encomendas e serviços somaram 69,8 bilhões de euros, elevação de 8,8 bilhões na mesma base de comparação.
A receita alcançou 3,5 bilhões de euros, alta de 29,4%, impulsionada pela maior atividade e preços médios mais altos em soluções de energia.
O Ebitda (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 242 milhões de euros, acima dos 131 milhões de euros registrados no primeiro trimestre de 2024.
O setor de serviços gerou receita de 920 milhões de euros (acima dos 902 milhões na comparação anual), por conta da maior atividade contratual na EMEA.
Vestas no Brasil
No Brasil, a empresa entregou 589 MW em equipamentos, acima dos 549 MW registrados na mesma etapa de 2024. O país foi o terceiro maior volume entregas no mundo, atrás apenas da EMEA, com 726 MW (dos quais 171 são offshore), e dos Estados Unidos, com 619 MW.
Segundo a companhia, no primeiro trimestre deste ano, o seu pipeline de projetos em desenvolvimento chegou aos 26,6 GW, alocados em 15,8 GW na Ásia-Pacífico, 7,3 GW nas Américas e 3,5 GW na EMEA, com a Austrália e o Estados Unidos liderando o volume de projetos.