Pouco mais de cinco meses após Wilson Ferreira Junior assumir o comando da BR Distribuidora – agora chamada de Vibra Energia -, a companhia está realizando negócios relevantes. Na manhã dessa segunda-feira, 30 de agosto, a Vibra anunciou dois negócios importantes: um acordo que vai permitir monetizar sua carteira de ativos imobiliários e a criação de uma joint venture de comercialização de etanol que vai aumentar sua competitividade neste segmento.
Negócio imobiliário
A Vibra assinou um memorando de entendimentos de caráter não vinculante com a gestora Prisma Capital para criar um fundo de investimento imobiliário que vai receber o aporte dos postos da companhia.
A operação pode envolver toda a carteira de imóveis da companhia, avaliada em R$ 643,8 milhões. Inicialmente, a Vibra Energia vai aportar os imóveis no fundo, e a Prisma Capital vai comprar 15% das suas cotas, assumindo a gestão operacional da carteira.
O negócio prevê ainda a possibilidade de monetização imediata de parte dos imóveis, antes mesmo do aporte da Vibra no fundo, através da venda direta aos atuais operadores dos postos. Se isso acontecer, haverá previsão contratual para manter os postos com a bandeira da companhia.
Depois disso, o fundo deverá ser listado no mercado e oferecido a investimentos por meio de uma oferta pública, permitindo a monetização integral ou parcial dele.
“Entendemos que a combinação de uma gestão ágil e dedicada de uma gestora profissional, como a Prisma Capital, com a envergadura e força comercial da Vibra, deverá propiciar ganhos e sinergias importantes para a companhia e seus parceiros comerciais, que deverão se traduzir ainda em upsides adicionais quando da listagem do fundo”, disse a Vibra Energia em comunicado ao mercado.
A conclusão da operação está condicionada à negociação e assinatura dos instrumentos definitivos pelas partes e também da sua aprovação pelas respectivas instâncias societárias competentes.
Joint venture de etanol
A Vibra Energia informou também que celebrou um acordo com a Copersucar para criar uma joint venture que vai atuar na comercialização de etanol.
A Vibra vai adquirir 49,99% da comercializadora de etanol por R$ 4,999 milhões, e a Copersucar vai ter 50,01% da empresa, que será constituída com capital social de R$ 10 milhões por determinação regulatória. Depois das aprovações necessárias pelos órgãos competentes, os acionistas vão aportar R$ 440 milhões adicionais na empresa, na proporção de suas participações.
A comercializadora vai ser livre pra comprar etanol no mercado e não somente nas usinas vinculadas à Copersucar, que é responsável pela comercialização de 4,5 a 5 bilhões de litros de etanol produzidos pelas usinas vinculadas à Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo.
A joint venture também será responsável pela aquisição dos volumes demandados pela Vibra, que movimenta entre 6 e 6,5 bilhões de etanol em sua atividade de distribuição. A nova empresa também poderá vender a outros clientes além da Vibra.
Além disso, a joint venture será responsável por operações de importação e exportação de etanol hoje realizadas por suas acionistas.
Segundo a companhia, a formação da nova comercializadora de etanol vai gerar ganhos de escala que viabilização maior competitividade e diversos tipos de sinergia nas operações, por meio de melhores controles operacionais, maior capacidade de carregos de estoque, monitoramento constante e visão ampla de todos os processos da cadeia em tempo real.
A formalização da parceria e o fechamento da operação depende da aprovação dos órgãos regulatórios competentes, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).