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WEG anuncia R$ 1,8 bi para baterias e pede entrada de BESS em leilões

Divulgação ocorreu durante cerimônia do governo brasileiro para anunciar cerca de R$ 1,6 trilhão em investimentos

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WEG | Divulgação

A WEG pretende realizar um aporte de R$ 1,8 bilhão para fabricar baterias elétricas em larga escala no Brasil até 2029. A divulgação ocorreu durante cerimônia do governo brasileiro para anunciar cerca de R$ 1,6 trilhão em investimentos para projetos no âmbito de uma das missões do Nova Indústria Brasil (NIB).

No evento, Daniel Godinho, diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da fabricante, destacou os investimentos da empresa no setor de eletromobiliade nos últimos dois anos, incluindo packs de baterias. No âmbito do NIB, o executivo pediu atenção do governo em dois vetores para garantir o sucesso do programa, a mobilidade elétrica e os sistemas e armazenamento em baterias, o BESS.

“O BESS conta com fabricação nacional e nós temos necessidade de viabilizá-los, porque ele garante a estabilidade da rede com a maior penetração de renováveis. Mais BESS significa mais eólicas e solares no Brasil, portanto é uma necessidade. E, por isso, precisamos antecipar a entrada de BESS nos leilões”, disse Godinho.

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O diretor também pediu atenção do governo para que a mobilidade elétrica “ande de mãos dadas com os biocombustíveis”, pois o Brasil tem uma rota tecnológica favorável para híbridos plug-in.

“Demos um grande passo com o Mover [Programa Mobilidade Verde e Inovação] e temos uma oportunidade no curto prazo com a frota de ônibus e caminhões elétricos urbanos. Temos infraestrutura para isso e indústria estabelecida no Brasil. Mas, para isso, precisamos garantir a aquisição de 2.500 ônibus elétricos anunciados pelo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e perenizar esta demanda. Outro programa para ser atrelado ao PAC são os corredores sustentáveis”, falou.

Para o diretor da WEG, esses dois vetores podem garantir as condições necessárias para o desenvolvimento de uma cadeia de baterias no Brasil, trazendo segurança energética, independência e oportunidade para política verde.

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Baterias no NIB

Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, o anúncio da WEG se somará aos de outras empresas, como a BYD e a BorgWarner, que desenvolve baterias para ônibus elétricos em sua unidade na cidade de Piracicaba, em São Paulo.

O desenvolvimento da cadeia produtiva de baterias está entre as prioridades da Missão 3 da Nova Indústria Brasil, que tem como meta estabelecida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) de alcançar ao menos 3% dos veículos eletrificados brasileiros circulando com baterias nacionais até 2026. Percentual que pode chegar a 33% até 2033, segundo o CNDI.

Para o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, o Brasil tem grandes reserva de lítio e outros minerais usados na fabricação de baterias elétricas, mas quase a totalidade da extração desses minérios hoje é exportada para a produção do componente fora do país, cenário que o governo busca mudar com o programa industrial.

 “Nosso objetivo é mudar isso. Até porque baterias fabricadas aqui, com nossas fontes de energia renováveis, serão muito mais sustentáveis do que as produzidas em países que ainda usam o carvão em larga escala como matriz energética”, diz Moreira.

Missão 3: R$ 1,6 tri para a Nova Indústria Brasil

O anúncio da WEG ocorreu durante cerimônia com participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Jader Filho (Cidades). No evento, o governo anunciou cerca de R$ 1,6 trilhão em investimentos, previstos até 2029, para projetos ligados à Missão 3 da Nova Indústria Brasil (NIB), que tem seis missões.

A terceira missão procura melhorar a qualidade de vida nas cidades, integrando mobilidade sustentável, moradia, infraestrutura e saneamento básico. Do volume de investimentos, 75% serão provenientes da iniciativa privada.

“Esse volume expressivo de investimentos demonstra o acerto do foco da Nova Indústria Brasil que, neste caso, fortalecerá a infraestrutura e a mobilidade no país, trazendo bem-estar para os cidadãos ao mesmo tempo que incentiva uma indústria inovadora. A parceria entre setor público e privado é essencial para transformar nossas cidades, com projetos que trazem desenvolvimento econômico e qualidade de vida para milhões de brasileiros”, disse Geraldo Alckmin.

Os investimentos privados

Além da WEG, a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB), a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) anunciaram novos investimentos de R$ 1,05 trilhão nas áreas de moradia, infraestrutura e saneamento até 2029.

A maior parte dos recursos será destinada a obras de mobilidade urbana, saneamento, aeroportos, ferrovias, rodovias e portos, entre outros, no valor de R$ 833 bilhões, além de R$ 222,5 bilhões para habitação e R$ 1,6 bilhão na produção de insumos.

Linha de crédito do NIB

Dos recursos públicos, R$ 113,7 bilhões vêm das linhas de crédito e subvenções do Plano Mais Produção (P+P), sendo R$ 48,6 bilhões já destinados a projetos desde 2023 e outros R$ 65,1 bilhões disponíveis até 2026. 

O Plano Mais Produção conta com recursos da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Finep, Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e Embrapii.

Crédito para novas tecnologias

A Finep ainda assinou oito contratos de subvenção e dois de crédito direto para desenvolvimento de novas tecnologias, no valor total de R$ 157 milhões.

Destes, quase R$ 10 milhões irão para o projeto de um “barco voador”, veículo capaz de voar sobre a lâmina dos rios. A tecnologia vem sendo desenvolvida pela startup amazonense AeroRiver. Segundo a empresa, o barco voador poderá transportar até dez passageiros, inclusive em períodos de seca, alcançando 150 km/h.

Os demais projetos envolvem soluções para aviação sustentável (por exemplo, um turbogerador híbrido movido a etanol), centros de pesquisa e tecnológicos, remanufatura de resíduos e desenvolvimento de caminhão elétrico autônomo para uso industrial, entre outros.

Metas e desafios

Outro objetivo da missão 3 é entregar, até 2026, dois milhões de moradias contratadas pelo programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), das quais 500 mil serão equipadas com painéis solares.

Até 2033, a meta é 6,9 milhões de casas, sendo 1,4 milhão com sistemas fotovoltaicos. Entre as prioridades e desafios, estão, ainda, o desenvolvimento das cadeias metroferroviárias, com seus componentes, e dos sistemas de propulsão para veículos automotores.