A WEG não incluiu o desenvolvimento da tecnologia para a eólica offshore em seu portfólio de negócios e investimentos, que podem alcançar R$ 1,5 bilhão, para 2022. A companhia está na sua segunda geração de aerogeradores onshore, de 4,2 MW, e quer concentrar os esforços no mercado brasileiro e no atendimento do mercado indiano.
“Hoje a gente não tem essa tecnologia no nosso portfólio e por enquanto não tem estudo nesse sentido. Nosso foco é no mercado brasileiro e intenção de atender mercado indiano. O foco na parte de eólica é esse no momento”, disse André Salgueiro, diretor de Finanças e Relações com Investidores da Weg, durante teleconferência de resultados.
A turbina de 4,2 MW foi instalada em campo há poucos dias na Índia, está na fase de conexão para seguir com testes durante o primeiro semestre deste ano. O objetivo é que seja certificada para o mercado indiano ao longo do segundo semestre, para que só em 2023 os primeiros contratos comecem a ser fechados.
“Quando vai gerar receita? Vai depender de um primeiro contrato, na medida em que formos avançando com a certificação e o esforço comercial. Certamente não vai ser nesse ano, que ainda estamos trabalhando na certificação da máquina”, comentou André Rodrigues, diretor superintendente Administrativo Financeiro.
Na produção brasileira, a empresa disse estar com a capacidade de máquinas compradas até meados de 2023, com uma perspectiva positiva para os próximos anos, com a continuação do desenvolvendo do negócio no curto e longo prazo.
Em 2021 a empresa registrou recorde da receita operacional líquida, alcançando R$ 23.563.338,00, sendo R$ 12.820.962,00 do mercado externo. O montante só se assemelha ao registrado na virada de 1994 a 1995, quando a empresa iniciou a expansão de seus negócios, segundo Rodrigues.
Nos planos de crescimento da Weg para os próximos anos está a internacionalização e crescimento dos negócios que já estão maduros no Brasil em outros mercados, como é o exemplo dos motores industriais na índia, do aumento da capacidade da fábrica do mesmo segmento nos Estados Unidos.
Com a ampliação da capacidade fabril nos Estados Unidos, a empresa pretende atender também o México, onde entende que há uma sinergia de mercado com o americano.
Para novos negócios, a empresa aposta no grande desenvolvimento brasileiro de mobilidade elétrica, no qual a Weg tem como foco comercial os veículos pesados e estações de recarga, além do armazenamento de energia, de olho no Brasil e nos Estados Unidos, e em toda a parte de negócios digitais.
GD
Sobre os negócios de micro e minigeração solar distribuída, a empresa identifica um crescimento, mesmo após ter enfrentados desafios no final do quarto trimestre de 2021, influenciado pelo fechamento de um porto na China e depois pela crise energética no mesmo país, que acabou atrasando alguns embarques.
“Em dezembro começou a normalizar e entramos em 2022 com a cadeia [de suprimentos] estabelecida”, contou André Salgueiro. E mesmo com a sanção do marco legal em janeiro deste ano, o executivo não acredita numa “corrida” por compras de equipamentos na área.
Segundo Salgueiro, a compra maior “vem desde 2019, porque muita gente já foi se antecipando. É difícil mensurar essa compra antecipada e se pode ter efeito ao longo do ano”.
Resultado
A fabricante de equipamentos eletrônicos e industriais reportou lucro de R$ 874 milhões no quarto trimestre de 2021, montante cerca de 18% maior que o observado no mesmo período de 2020. No anual, a empresa fechou 2021 com lucro de quase R$ 3,6 bilhões, 53% acima do apurado em 2020.