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WEG revê expectativas para baterias e eólicas e reforça foco em transmissão 

WEG (Divulgação)
WEG (Divulgação)

A WEG não recebeu novos pedidos do segmento de energia eólica neste ano e projeta que sua receita dessa indústria virá “basicamente” de atividades de operação e manutenção dos aerogeradores encomendados antes. A área eólica contribuiu para a queda da receita do segmento de GTD no Brasil no segundo trimestre de 2025.

Durante teleconferência sobre os resultados no segundo trimestre do ano, André Salgueiro, diretor de Finanças e Relações com Investidores da WEG, comentou que a companhia revisou a estratégia para os sistemas de armazenamento de energia com baterias (Battery Energy Storage Systems – BESS), devido ao adiamento do leilão de contratação de baterias anunciado pelo governo, e destacou que houve o aumento nos pedidos relacionados à eletromobilidade e aos compensadores síncronos no Brasil. 

A WEG também observa boa demanda por equipamentos para o setor de óleo e gás, embora o atual cenário político e econômico global esteja afetando decisões de novos investimentos.

A receita operacional líquida do segmento de GTD da WEG no mercado interno caiu 1,6% no trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, a R$ 2,07 bilhões, enquanto no mercado externo houve alta de 16,1%, a R$ 2,014 bilhões.

“Se excluirmos o eólico da base de comparação anual, a área de geração, transmissão e distribuição no Brasil teria registrado crescimento superior a 20%. Não temos novas máquinas sendo vendidas”, afirmou Salgueiro.

Compensadores síncronos ganham força com expansão das renováveis

Salgueiro destacou o aumento na demanda por compensadores síncronos, impulsionado pela expansão das fontes renováveis nos últimos anos. Os equipamentos têm sido comercializados principalmente no Brasil, Chile, Estados Unidos e Portugal.

A expectativa para o mercado brasileiro permanece positiva no segundo semestre e para os próximos anos, especialmente com a inclusão de compensadores síncronos no próximo leilão de transmissão de energia.

Para ele, a dinâmica do mercado brasileiro tem passado por transformações significativas de um ano para o outro, sendo o foco principal a diversificação do portfólio para mitigar chances de perdas em determinadas áreas. A mobilidade elétrica tem ganhado tração, com destaque para o fornecimento de ônibus elétricos, sistemas powertrain e packs de baterias.

Em relação ao mercado de BESS, a postergação do leilão exclusivo para 2026 alterou a estratégia da empresa. Apesar disso, a WEG mantém pedidos de pequeno e médio porte, com a expectativa de que o segmento comece a contribuir mais significativamente para o crescimento da companhia nos próximos anos.

Operação internacional e reações ao cenário norte-americano

No mercado externo, André Rodrigues, diretor financeiro, apontou que a operação no segmento de transmissão e distribuição está praticamente em plena capacidade, com expectativas positivas para o restante de 2025. Já o setor de geração poderá enfrentar um cenário mais desafiador.

Rodrigues comentou ainda sobre a volatilidade causada pela possível retomada de tarifas pelo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos. A WEG, no entanto, estuda um plano de ação para mitigar impactos, incluindo a realocação de rotas de produção e exportação via Brasil para atender  às demandas do México e da Índia, enquanto utiliza as fábricas desses países para abastecer o mercado norte-americano.