
O banco UBS BB avalia que o leilão de reserva de capacidade (LRCap) ainda deve acontecer em 2025, e que a consulta pública com as novas regras para o certame deve sair “nos próximos dias”. Para os analistas do banco, as mudanças tendem a reduzir a competitividade do certame, e a Eneva tende a ser beneficiada.
Os analistas esperam uma consulta pública centrada em dois aspectos principais, sendo o primeiro deles em garantias mais sólidas para plantas movidas a biocombustíveis. O segundo aspecto que deve nortear a consulta, segundo o UBS BB, seriam novas regras para a reprecificação de tarifas de transporte de gás.
“A Eneva é a que mais se beneficia com essas mudanças, pois esses ajustes podem potencialmente reduzir a concorrência no leilão e permitir que a empresa obtenha uma posição mais vantajosa”, diz relatório do banco.
Por outro lado, os analistas observam que as usinas de Itaqui e Pecém, operadas pela Eneva e movidas a carvão mineral, têm contratos que terminam nos próximos anos e devem participar de “futuros leilões de energia”. Assim, a companhia fica mais exposta à volatilidade de preços a longo prazo. “Prevemos riscos limitados de investimento em capital, visto que a maior parte do investimento já ocorreu”, registram no relatório.
Mudanças e a reforma do setor
O UBS BB também aponta que a reforma do setor elétrico poderá beneficiar as distribuidoras, na medida em que uma melhor distribuição de encargos setoriais no mercado livre tende a aliviar as tarifas do consumidor cativo.
Se a reforma também promover uma revisão na regulação para autoprodução, o banco projeta aumentos no custo marginal de expansão com expectativas de alta nos preços a longo prazo.
Preços em baixa nas próximas semanas
Para as próximas semanas, o UBS BB espera que os preços de energia se mantenham em patamares mais baixos, em função da revisão para baixo na carga de energia, que tende a provocar um cenário de “excesso de oferta no curto prazo”, com menor despacho térmico.
“O sistema está se tornando cada vez mais sensível à intermitência renovável, e a convergência de preços entre as regiões reforça o viés de baixa, especialmente em um cenário em que o operador permanece avesso ao risco e o mercado continua lidando com um excesso estrutural de capacidade”, diz o relatório. Para os analistas, este cenário tende a prejudicar a Eletrobras.