A Galp desistiu de desenvolver 24 projetos de geração solar previstos anteriormente na sua carteira no Brasil. Segundo a empresa, a decisão “reflete a disciplina financeira” e ocorreu em função das “atuais dinâmicas de mercado desafiantes, nomeadamente preços de eletricidade estruturalmente baixos e a inflação no desenvolvimento de projetos”. Os parques ainda não estavam em atividade e a empresa não detalhou quais seriam suas capacidades de geração.
As informações sobre a reavaliação do portfólio constam no relatório de resultados da Galp referente ao segundo trimestre de 2024. No período, a empresa registrou lucro de 362 milhões de euros, o que representa um aumento de 44,2% na comparação anual. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) foi de 976 milhões de euros, com crescimento de 4% no ano.
Segundo a empresa, o resultado foi amparado por níveis de produção “resilientes” e custo competitivo nas operações do Brasil.
Produção no trimestre
A produção petrolífera foi de 106 mil barris de óleo equivalente por dia, o que representa uma redução de 9% na comparação anual. Entre os fatores indicados pela empresa para a queda, está o desinvestimento em um projeto em Moçambique, cujos efeitos são contabilizados a partir de 31 de dezembro de 2023. No Brasil, também houve queda de produção na comparação anual, a uma ordem de 5%, em função de manutenções programadas e paradas “não planejadas” no trimestre.
A geração renovável da Galp foi de 779 GWh, com pouca variação em relação aos 775 GWh gerados no segundo trimestre de 2023. Mesmo assim, a empresa avalia que o período foi de geração robusta e destacou que o início de operação de 100 MW de capacidade foi compensado por curtailments em função do preço da energia. A tarifa praticada pela empresa foi de 17 euros por MWh, o que representou uma redução de 74% em relação aos preços praticados no segundo trimestre de 2023.
