Belém

Governo tenta garantir legitimidade da COP30 em meio a manifestações de delegações

Com obras e ações do Governo Federal, Estadual e Municipal, Belém se prepara para recebe a Conferência Climática. CréditoRafael Medelima (COP30)
Com obras e ações do Governo Federal, Estadual e Municipal, Belém se prepara para recebe a Conferência Climática / Crédito: Rafael Medelima (COP30)

O governo brasileiro está trabalhando para garantir que os preços das hospedagens em Belém durante a 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro, não comprometam a participação de todas as delegações internacionais. A afirmação é do presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, que vê o custo da hospedagem na cidade como um possível obstáculo para as negociações durante o evento.

“Meu interesse, obviamente, é evitar que os preços dos hotéis interfiram na presença das delegações em Belém. Se não tivermos todas as delegações presentes, a legitimidade das negociações pode ser questionada, porque alguns países podem deixar de participar por não conseguirem arcar com os custos da hospedagem. A Casa Civil tem atuado muito bem nessa frente, pois há muito a ser feito em termos de infraestrutura e hospedagem. Mas essa questão específica dos preços dos hotéis é difícil de lidar por causa da legislação brasileira”, afirmou o embaixador durante evento no Insper.

O preço da hospedagem tem gerado preocupação entre os países participantes e, na última semana, levou 27 países a solicitarem oficialmente a mudança da cidade-sede da COP30. Segundo Corrêa do Lago, o número reflete a insatisfação com os custos elevados para acomodar delegações estrangeiras durante o evento climático em Belém.

Criação de conselho para debater adaptação climática

Durante sua fala, o embaixador também anunciou a criação do Conselho de Adaptação da COP30, que reunirá autoridades, especialistas e representantes da sociedade civil para discutir soluções voltadas à adaptação às mudanças climáticas.

Entre os membros confirmados estão Jussara Carvalho, secretária-executiva para a América do Sul do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade); José Marengo, cientista peruano especialista em clima; Vanessa Grazziotin, diretora-executiva da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA); e Ellen Johnson-Sirleaf, ex-presidente da Libéria e vencedora do Prêmio Nobel da Paz.

O embaixador reiterou que o tema da adaptação às mudanças climáticas será um dos principais eixos da COP30. A proposta é que, após o evento, seja definido um conjunto global de indicadores que sirvam de referência para guiar políticas públicas e ações concretas nos 196 países participantes.

“Nós precisamos definir globalmente 100 indicadores que serão referência para compreender o que precisa ser feito em termos de adaptação. Depois de Belém, teremos um guia, um verdadeiro mapa do caminho com as principais prioridades globais acordadas pelos países”, concluiu.

(Com informações da Agência Brasil de notícias)