Economia e Política

Itaú BBA aposta na exportação de energia e projeta valorização das ações da Eneva

O Itaú BBA atualizou suas projeções sobre a Eneva e aumentou o preço-alvo das ações da companhia, ao mesmo tempo em que elevou a recomendação de neutra para compra. Os analistas do banco apostam que a empresa continuará exportando energia para a Argentina nos próximos anos, reduzindo a dependência da sua geração de caixa da situação hidrológica do Brasil. O relatório, assinado pelos analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota, Matheus Botelho Marques e Victor Cunha, aposta que as ações da Eneva chegarão a R$ 17,30 em 2024, contra o preço anteriormente estimado, de R$ 16,80. A nova projeção envolve um potencial de valorização de mais de 40% em relação ao fechamento da ENEV3 ontem, 5 de setembro, de R$ 11,78.

Itaú BBA aposta na exportação de energia e projeta valorização das ações da Eneva

O Itaú BBA atualizou suas projeções sobre a Eneva e aumentou o preço-alvo das ações da companhia, ao mesmo tempo em que elevou a recomendação de neutra para compra. Os analistas do banco apostam que a empresa continuará exportando energia para a Argentina nos próximos anos, reduzindo a dependência da sua geração de caixa da situação hidrológica do Brasil.

O relatório, assinado pelos analistas Marcelo Sá, Fillipe Andrade, Luiza Candiota, Matheus Botelho Marques e Victor Cunha, aposta que as ações da Eneva chegarão a R$ 17,30 em 2024, contra o preço anteriormente estimado, de R$ 16,80. A nova projeção envolve um potencial de valorização de mais de 40% em relação ao fechamento da ENEV3 ontem, 5 de setembro, de R$ 11,78.

O Itaú BBA tinha rebaixado a recomendação das ações da Eneva para neutra em setembro do ano passado, e desde então a performance das ações foi inferior a de seus concorrentes, enquanto a empresa enfrentou desafios, já que a hidrologia favorável desde o ano passado tem levado à uma redução do despacho de termelétricas, fonte que predomina no portfólio da empresa. 

As taxas altas de juros também prejudicaram a geração de caixa da Eneva, já que a empresa fez investimentos e aquisições relevantes recentemente e sua dívida cresceu. 

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“Apesar de reconhecermos a abordagem cautelosa dos investidores, a Eneva entregou resultados positivos nos últimos doze meses nos fronts operacional e financeiro, que devem ser considerados também”, escreveram os analistas, que apostam num desempenho continuamente melhor da empresa daqui para a frente.

Com a redução do despacho de termelétricas no país este ano, a Eneva começou a exportar energia gerada em suas usinas para o Uruguai e para a Argentina, a fim de reduzir sua dependencia do consumo no país. Segundo os analistas do Itaú BBA, depois de entregar um Ebitda (sigla em inglês para resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de cerca de R$ 240 milhões no primeiro semestre do ano com a exportação de energia, a empresa deve colher mais resultados no terceiro trimestre de 2023.

Os analistas lembram que a Argentina depende da geração termelétrica, que representa mais de 60% do mix de geração do país, e depende fortemente da importação de petróleo e gás natural para abastecer suas plantas. O aumento dos preços do petróleo agrava os problemas do país vizinho, e a produção de gás nas reservas de Vaca Muerta sofrem com os gargalos de infraestrutura, além de críticas sobre os impactos ambientais.

“Com essa tempestade perfeita atingindo a oferta de energia, a Argentina deixou de ser uma exportadora de energia ao Brasil para ser uma importadora massiva em 2022”, apontaram os analistas. 

Considerando a dinâmica do custo marginal das operações de geração na Argentina nosúltimos anos, e os preços do gás natural, mesmo em momentos de “calmaria” no mercado de petróleo, o custo variável unitário (CVU) do complexo Parnaíba, da Eneva, é muito inferior ao custo mais competitivo de geração de energia na Argentina, o que reforça a aposta do Itaú BBA de que a exportação para o país seguirá forte.

Os analistas apostam ainda no leilão de reserva de capacidade previsto para acontecer em 2024, depois que a Eneva teve sucesso nos leilões passados e conseguiu desenvolver o complexo do Azulão.

Com base nos dados disponibilizados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os analistas apontam que será necessário contratar capacidade adicional de 8 GW a 10 GW para o período de 2027 a 2030, o que abre espaço para que a Eneva tenha sucesso nos leilões. Serão oportunidades para a contratação no longo prazo das termelétricas Parnaíba I, de 676 MW, e Parnaíba III, de 178 MW, que serão descontratadas em breve.

A Eneva pode ainda destravar valor desenvolvendo outros projetos no seu pipeline, como o fechamento de ciclo de Azulao, com 230 MW, e ampliações na termelétrica Porto de Sergipe.

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