A mineradora saudita Ma’aden abrirá escritório em São Paulo com investimentos que podem chegar a R$ 8 bilhões em mapeamento geológico e pesquisas minerais no Brasil. A informação é do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que participou da abertura do Future Minerals Forum, em Riade, na Arábia Saudita, nesta terça-feira, 14 de janeiro.
Segundo o ministro, as pesquisas deverão apoiar a transição energética. “Nós [brasileiros] carecemos muito de conhecer mais do nosso subsolo. Não há transição sem mineração”, disse Silveira, que também informou que a movimentação da Ma’aden faz parte de um projeto da Arábia Saudita de reindustrialização utilizando os recursos do petróleo para financiar novas fontes de energia. “Eles querem, em pouco tempo, ser vistos como o eixo dos investimentos em energias limpas e renováveis”, disse o ministro.
A Ma’aden é uma empresa de capital aberto, mas que tem 65,44% das ações controladas pelo Fundo de Investimentos Públicos (Public Investment Fund, PIF, na sigla em inglês).
Silveira também destacou a presidência do Brasil no Brics – coalizão econômica atualmente formada por dez países – para a transição energética justa, já que boa parte dos recursos minerais necessários para a transição estão em países-membros do grupo. Assim, o Brasil terá como missão na presidência garantir que não haja “nenhum tipo de exploração social pela transição energética”, avalia o ministro.
“A indústria de petróleo e gás está levando a transição energética muito a sério”
Em missão na Arábia Saudita – país que em 2022 teve a quinta maior produção de petróleo no mundo, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA) –, o ministro Alexandre Silveira declarou estar convencido dos esforços da indústria petroleira na transição energética.
“Eu saio daqui da Arábia Saudita extremamente confiante que a indústria de petróleo e gás está levando muito a sério a transição energética”, disse.
A constatação vem em meio a notícias de desinvestimentos de petroleiras em novas fontes de energia. Recentemente, a Shell anunciou que irá paralisar investimentos em novos projetos de eólica offshore e hidrogênio verde, e a Petrobras reduziu seus planos de investimentos em energia solar fotovoltaica e eólicas onshore.