
A PetroReconcavo continua em busca de desenvolver solução logística para escoar sua produção de óleo nos Pólos Recôncavo, na Bahia, e Potiguar, no Rio Grande do Norte. Segundo o presidente da companhia, José Firmo, o objetivo é ter duas rotas alternativas em cada cluster.
A recente desistência da venda de ativos na Bahia da Brava, com quem a PetroRecôncavo já tem parceria no Rio Grande do Norte, não muda os planos da companhia do ponto de vista logístico, embora frustre a possibilidade de integração de produção.
“A possível aquisição dos ativos na Bahia tinha um viés logístico, mas era muito maior do que só um viés logístico. Era uma integração de produção dos ativos, que era o que nós estávamos buscando ali. A logística fazia parte disso, mas eu diria que não era o principal objetivo, não altera muito o que nós já estávamos fazendo”, avaliou Firmo.
O vice-presidente Comercial e de M&A (sigla em inglês para fusões e aquisições) da PetroReconcavo, João Vitor Moreira, também entende que a otimização logística é uma meta de todas as companhias, e que outros formatos além do M&A podem ser desenhados.
“Tanto a Brava quanto a PetroReconcavo vão buscar a todo momento ter uma logística melhor, mais confiável e menos custosa, e se isso implicar em alguma forma, mesmo não na forma de um M&A, mas em algum tipo de parceria [há interesse]”, disse. “A gente tem buscado particularmente na comercialização do petróleo, dado que as nossas rotas de gás natural são diferentes”, concluiu.
De qualquer forma, a companhia avalia que não há solução logística de curto prazo. “Se existisse, já teria sido implementada”, comenta Firmo.
Já no Rio Grande do Norte, a PetroReconcavo observa avanços com o sistema de entrega logística por carreta e aumento na capacidade de estocagem. “Em janeiro, quando a Brava teve que fazer uma parada na refinaria, nós conseguimos, muito distinto de dezembro de 2023, manter a produção nossa e da Brava absolutamente funcionando enquanto a refinaria esteve parada por quase três semanas”, contou Firmo.
Desde o final de 2023, quando precisou restringir produção em função de problemas no acesso à unidade de processamento de gás natural (UPGN) Guamaré, da Brava Energia, a PetroReconcavo vem buscando aprimorar suas soluções logísticas. No final de 2024, a companhia assinou acordos com o Porto do Pecém, Shell e Ultracargo. Além disso, a companhia avança na construção de uma UPGN própria, na Bahia, e firmou acordo com a Brava no Rio Grande do Norte.
Em teleconferência de resultados realizada nesta sexta-feira, 9 de maio, a diretoria da PetroReconcavo reafirmou a projeção de crescimento de dois dígitos para 2025, mesmo em meio a contexto de alta volatilidade no preço do barril após o anúncio de novas taxas de importação pelos Estados Unidos, no começo de abril.
Resultados
No primeiro trimestre de 2025, a PetroReconcavo registrou lucro líquido de R$ 227,5 milhões, mais do que o dobro dos R$ 110 milhões registrados no mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) aumentou 5% em um ano, fechando o trimestre a R$ 423,8 milhões.
A produção média bruta foi de 27,3 mil barris de óleo equivalente por dia, com avanço de 3% em um ano. A produção de petróleo respondeu por 60% do volume total, e os 40% restantes foram de gás natural. O lifting cost foi de US$ 13,93 por barril, 5% superior do que no mesmo período de 2024.