Crise nas eólicas

Aeris pede postergação de vencimento de dívida a credores

Aeris - Foto Tauan Alencar (MME)
Fabricante de pás da família Negrão avalia alternativas para reestruturar dívida | Foto: Tauan Alencar (MME)

A fabricante de pás para geração eólica Aeris propôs a credores a postergação do prazo para pagamento de juros remuneratórios, inicialmente previsto para 15 de janeiro, por 60 dias. A justificativa para a proposta menciona às atuais perspectivas macroeconômicas e do setor de atuação da companhia, bem como a perspectiva de geração de caixa futura e estrutura de capital”.

Durante a prorrogação, a ideia é discutir a necessidade de alongamento do perfil de endividamento da empresa.

A assembleia geral de debenturistas que vai deliberar sobre o pedido foi convocada para o dia 8 de janeiro, e acontecerá de forma virtual.

O “perdão” temporário no vencimento das obrigações se refere à 1ª emissão de debêntures simples pela Aeris, feita em 2021 pela companhia, no valor de R$ 600 milhões, com vencimento em janeiro de 2026 e remuneração pelo CDI mais 2,9%.

Reestruturação da dívida

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Essa não foi a primeira vez que a companhia convocou credores para discutir a flexibilização do pagamento da dívida. Com problemas relacionados à falta de novos contratos de geração eólica, a empresa tenta focar as atividades na prestação de serviços aos clientes, mas precisou convocar os credores em dezembro para pedir a flexibilização de critérios de endividamento.

Ao fim do terceiro trimestre do ano passado, a Aeris tinha dívida líquida de R$ 552,5 milhões, e relação entre dívida e Ebitda de 3,2 vezes.

Considerando a dívida bruta de R$ 1,45 bilhão do fim de setembro, a empresa tinha R$ 813,5 milhões em amortizações previstas para este ano.

Em meio às dificuldades, a empresa da família Negrão confirmou que os controladores receberam uma proposta de aquisição de ações pela chinesa Sinoma Blade. Segundo reportagem publicada em 10 de dezembro pelo Pipeline, site de negócios do Valor Econômico, a chinesa fez a proposta no início de novembro à Estáter, assessoria financeira contratada pelos acionistas para avaliar alternativas para a estrutura de capital da empresa brasileira.