A Pan American Energy Energias Renováveis (PAE) comprou o capital social total de oito sociedades de propósito específico (SPEs) responsáveis por usinas solares fotovoltaicas, somando 300 MW, no estado da Bahia. As SPEs eram de titularidade Fundo de Investimentos em Participações e Multiestrategia (Salus FIP), veículo de investimento do grupo Casa dos Ventos.
A operação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e divulgada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 6 de novembro. O valor da operação não foi divulgado.
Os projetos das SPEs Fótons de São Marino Energias Renováveis não estão operacionais e a previsão é de entrada de operação em setembro de 2030. Em outubro desde ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a solicitação da Casa dos Ventos de prazo adicional de 36 meses para a entrada em operação comercial de todas as unidades geradoras do empreendimento, nos termos da Medida Provisória nº 1.212, de 10 de abril de 2024.
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Expansão da PAE em solares
Para o Cade, a Pan American afirmou que a operação é uma boa oportunidade de expandir sua atuação no mercado de geração de energia elétrica no Brasil, especialmente no segmento de fontes renováveis, permitindo não apenas diversificar seu portfólio, mas também alinhar-se às demandas por sustentabilidade e inovação.
Além disso, a empresa destacou que a compra representará um aproveitamento da infraestrutura já desenvolvida para seus parques eólicos, uma vez que, dada sua localização, poderão compartilhar estruturas essenciais como linhas de transmissão e subestação.
A companhia opera dez parques de geração de energia eólica independentes, que fazem parte do Complexo Eólico Novo Horizonte (423 MW) na Bahia. Inaugurado em julho deste ano, o parque foi desenvolvimento pela Pan American Energy e recebeu investimentos de R$ 3 bilhões.
Durante a inauguração, a empresa contou que planejava um parque solar fotovoltaico associado, também com 400 MW de capacidade instalada, e que nos próximos quatro a cinco anos prevê alcançar 2 GW.
“Queremos aproveitar o projeto Novo Horizonte como base. [Os novos projetos] poderiam ser a maioria na Bahia, mas todo o Nordeste tem fatores de capacidade muito competitivos, seja de sol ou de vento. Então poderiam ser no Nordeste e há alguns projetos no Sul do Brasil”, disse Alejandro Catalano, diretor-geral da PAE no Brasil.
A maior parte da energia do parque Novo Horizonte já foi vendida em contratos de quatro a cinco anos. A estratégia de venda considerou o preço da energia, uma vez que contratos de mais longo prazo apresentavam preços menores.
A vendedora
Para o Salus FIP, por sua vez, a operação representa uma oportunidade de investimento para expandir seus outros projetos de produção de energia renovável no Brasil.
O Salus FIP, por meio de suas investidas, detém um portfólio de projetos greenfield para geração de energia eólica no país, localizados principalmente no Nordeste, mais especificamente nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí, Pernambuco, Paraíba e Bahia, além de deter projetos de geração de energia eólica já em operação comercial na Bahia e no Rio Grande do Norte.
Por meio de suas investidas, o fundo também desenvolve atividades relacionadas à comercialização de energia e soluções para o mercado livre.
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