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Raízen confirma que sócios avaliam alternativas para capitalizar companhia

Raízen | Foto: Divulgação
Raízen | Foto: Divulgação

A Raízen divulgou comunicado ao mercado na manhã desta segunda-feira, 8 de setembro, em que confirma que seus acionistas estão avaliando “alternativas estratégicas de capitalização” para a companhia. Entretanto, segundo a Raízen, ainda não há qualquer decisão, aprovação ou evento vinculante relacionado a eventual capitalização, nem “definição quanto à sua efetiva realização, forma ou condições”.

O comunicado faz referência a notícias da imprensa, e vem após notícia do Broadcast que informa o interesse de grupos asiáticos e nacionais em comprar parte da Raízen. Segundo o veículo, os principais interessados seriam os grupos japoneses Mitsubishi e Mitsui. No Brasil, a Itaúsa estaria avaliando a oportunidade, como forma de entrar no agronegócio. A importadora e exportadora Glencore e a estatal árabe de energia Aramco seriam outros grupos interessados em adquirir parte da Raízen. Ainda de acordo com o Broadcast, a Raízen deverá começar a receber as propostas formais para a compra de participação em outubro.

No comunicado divulgado nesta segunda-feira, a Raízen diz que tais alternativas de capitalização já haviam sido mencionadas no relatório e na teleconferência de resultados do primeiro trimestre do ano-safra 2025/2026, equivalente ao segundo trimestre de 2025. Na ocasião, a empresa confirmou que havia em curso conversas sobre possível capitalização com seus dois controladores (Cosan e Shell) ou com novos acionistas. Depois, a Cosan informou que não faria novos aportes na joint-venture.

Venda do Oxxo

Desde 2024, a Raízen vem implementando ações para reduzir seu endividamento, em estratégia que chama de “reciclagem de portfólio”, incluindo a venda de usinas e de participações contratuais, além do encerramento de participações.

Na semana passada, a Raízen informou que chegou a um acordo com a Femsa para encerrar a joint venture que envolve as lojas de conveniência dos postos de combustíveis e os mercados de proximidade Oxxo.

A Raízen ficará com 1.256 lojas de conveniência Shell Select e Shell Caté e seguirá desenvolvendo a oferta por meio do modelo prioritário de franquias, e a Femsa ficará com 611 mercados Oxxo e o Centro de Distribuição de Cajamar (SP), além das dívidas e caixa do Grupo Nós.

“Essa decisão está alinhada a estratégia de reciclagem e simplificação do portfólio de negócios da Raízen, permitindo maior foco e agilidade na execução de sua Oferta Integrada Shell”, disse o comunicado da empresa.

Mais desinvestimentos

Em agosto de 2025, a Raízen vendeu as usinas de etanol Rio Brilhante e Passa Tempo, ambas localizadas no município de Rio Brilhante, no Mato Grosso do Sul, e com capacidade instalada de aproximadamente 6 milhões de toneladas por safra. O valor total da transação foi de R$ 1,5 bilhão.

Antes, em julho de 2025, a empresa vendeu 55 usinas de geração distribuída, “majoritariamente operacionais”, com capacidade nominal instalada agregada de até 142 megawatt-pico (MWp), para a Thopen Energia e para o Grupo Gera, em negócio de R$ 600 milhões. No mesmo mês, a Raízen informou a descontinuação das operações da Usina Santa Elisa, com a venda de até 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, por R$ 1 bilhão.

Em maio, a Raízen vendeu a Usina de Leme, localizada no polo de Piracicaba (São Paulo) e com capacidade instalada de 1,8 milhão de toneladas por safra, para a Ferrari Agroindústria S.A e a Agromen Sementes Agrícolas Ltda, em transação de R$ 425 milhões.

Em novembro de 2024, a Raízen informou a venda de até 900 mil toneladas de cana-de-açúcar por até R$ 381 milhões, à Alta Mogiana S/A. Em abril de 2024, a Raízen vendeu 31 projetos de usinas de geração solar distribuída com capacidade instalada agregada de até 115,4 MWp. A Élis Energia concordou em adquirir as usinas pelo valor agregado de até R$ 700 milhões, a serem pagos à medida que os projetos forem desenvolvidos e construídos pela Raízen e transferidos à Compradora até dezembro de 2025.