O Brics – aliança foramada pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – anunciou que o Irã, juntamente com os Emirados Árabes, Egito, Argentina, Etiópia e Arábia Saudita, passarão a integrar a aliança internacional a partir de janeiro de 2024. Dos novos integrantes, três países – Arábia Saudita, Irá e Emirados Árabes Unidos – são membros-chave da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e somam uma produção total de 20,3 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boe/d), conforme dados do Departamento de Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês) de 2022.
Com a entrada dos novos membros, o Brics totaliza uma produção de 42 milhões de boe/dia, de acordo com dados do EIA. O volume é abaixo dos 100 milhões de boe/dia registrados mundialmente no período.
Além do petróleo, a aliança será responsável por 36% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em paridade de poder de compra.
“Neste mundo em transição, o Brics nos oferece uma fonte de soluções criativas para os desafios que enfrentamos. A relevância é confirmada pelo interesse crescente que outros países demonstram de adesão ao agrupamento”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o Fórum Empresarial dos Brics, primeiro evento com os chefes de Estado na 15ª Cúpula dos Brics, em Joanesburgo, na África do Sul.
Objetivos do Brics
O principal objetivo do Brics é a cooperação entre os membros para poderem avançar no desenvolvimento socioeconômico sustentável dos países e garantir o crescimento de suas economias.
Por se trata de uma aliança internacional, o Brics, que não é um bloco econômico, possui caráter informal, ou seja, não existem princípios que guiem a cooperação e nem requisitos para ingressar. Desta forma, para a entrada de novos membros em agosto deste ano, os líderes do Brics precisaram chegar a um consenso.
Em 2014, o grupo criou o Banco de Desenvolvimento (NBD) para financiar projetos de infraestrutura nos países-membros e em outras nações em desenvolvimento. Na sua fundação, os países concordaram que a instituição teria um capital inicial de US$ 50 bilhões, com contribuições distribuídas entre os países.
Desde então, o Brics conta com a participação de ministros encarregados da área de Finanças e presidentes dos bancos centrais, que se reúnem com frequência para discutir assuntos relacionados a economia, entre eles, a adoção pelos países de uma moeda de referência para o comércio internacional.
Outros temas como segurança alimentar, agricultura e energia também são discutidos na cooperação.